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“Uma facada na economia”. Fecho de fronteiras avança apesar da revolta de autarcas

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Nuno Veiga / Lusa

Os presidentes de Câmara do Vale do Minho estão a contestar o facto de o Governo ter voltado e encerrar as fronteiras sem lhes dar ouvidos.

Os autarcas alegam que a medida não trata o vírus e que, em contrapartida, mata a economia e afunila pessoas e mercadorias em Valença/Tui.

O presidente da Câmara de Cerveira e diretor do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) do Rio Minho, Fernando Nogueira, enviou um comunicado ao Governo a criticar a decisão, escreve o Expresso.

O autarca diz o fecho de fronteiras é digno “de quem não conhece a região transfronteiriça” e sinónimo de que “não aprenderam nada” desde o primeiro confinamento em março.

“Estamos a falar de trabalhadores que ganham €600/€700 que vão ter despesas extra de mais 100 euros em combustível, levantarem-se de madrugada e ficar mais de uma hora em filas de espera em Valença, na Ponte Nova, a única passagem autorizada e sob controlo de ligação a Tui”, explica Fernando Nogueira, citado pelo Expresso.

Esta semana, Fernando Nogueira vai reunir com os autarcas da região para conciliarem a melhor estratégia de protesto. Além de Cerveira, o comunicado enviado ao Governo foi em nome dos autarcas de Melgaço, Caminha, Valença e Monção.

O presidente da Câmara de Caminha também partilha da opinião de Fernando Nogueira. “É uma medida que nada adianta na contenção de surtos e é mais uma facada na economia local”, atira Miguel Alves.

Com tudo encerrado, o presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil de Viana do Castelo realça que o fecho de fronteiras “apenas penalize os cerca de seis mil trabalhadores transfronteiriços”.

“A atividade económica nas comunidades junto ao rio Minho já foi estrangulada ao mínimo, mantendo-se em atividade apenas fábricas e cadeias de distribuição alimentar”, diz ainda Miguel Alves. “No vale do Minho, o efeito é o afunilamento das pessoas em Valença, na passagem autorizada na Ponte Nova, com ajuntamentos e filas inevitáveis”.

Também o presidente da Câmara de Melgaço, Manuel Batista, diz que, se o Governo não apresentar uma resposta adequada, os autarcas vão preparar “um protesto mais musculado”.

“Do meu lado, não colaboro na colocação de barreira físicas, de betão ou outras, para impedir a circulação”, avisa o autarca socialista. “Se é para matar de vez a economia residual que subsiste, mais vale fechar tudo do que impedir, quem não pode optar pelo teletrabalho, de se deslocar para manter os seus postos de trabalho, com despesas extra de combustível e perda de horas em filas do lado de lá e de cá”.

Daniel Costa, ZAP //

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4 Comments

  1. Esta é a realidade do pais, quem tem trabalho e que está a ser pago para estar em casa, esta completamente de acordo com estas medidas tomadas por quem não as sente na pele.
    Quem perdeu o trabalho, quem ficou sem capacidade de manter um negocio por falta de rendimentos, que vê as suas autarquias a fechar e ficarem sem trabalho, vê as medidas de outra forma.

    O preço de uma vida muda consoante quem o custo para a pagar.
    Se para proteger 3 damos cabo da vida a 97, fica difícil entender o valor desses 3 em relação aos restantes.

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