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Partidos pedem demissão de Van Dunem. Governo de Costa já teve vários ministros em causa

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Manuel de Almeida / Lusa

A Ministra da Justiça, Francisca Van Dunem

A polémica que envolve a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, ao caso relacionado com o currículo do procurador José Guerra enviado para a União Europeia (UE), têm levado o Governo a enfrentar críticas dos partidos e da opinião pública.

Segundo recordou esta terça-feira o ECO, o Governo apresentou José Guerra – cujo currículo continha dados falsos – como o candidato preferencial, depois de um comité internacional ter considerado Ana Carla Almeida como a mais indicada.

Um dos dados falsos refere que José Guerra era procurador-geral-adjunto, cargo que não ocupou. Outro dos dados aponta que este teve um papel “de liderança investigatória e acusatória” no processo UGT, que não assumiu.

Embora a ministra tenha garantido que desconhecia o conteúdo do currículo, o diretor da Direção Geral da Política de Justiça (DGPJ), Miguel Romão – que se demitiu do cargo -, afirmou que Van Dunem tinha conhecimento do seu conteúdo integral. Esta, por sua vez, enviou ao representante português junto da UE uma correção.

Esta terça-feira, o líder do PSD, Rui Rio, acusou a ministra de mentir sobre o caso, defendendo que tem de se demitir ou ser demitida. Quando chamada, Van Dunem disse aos deputados que ponderou a demissão, mas entendeu que tem “condições para continuar no cargo”.

Mas este não é caso único de polémica com ministros no Governo de Costa. Em dezembro, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, foi criticado devido à morte do cidadão ucraniano Ihor Homenyuk, em março, no Centro de Instalação Temporária do aeroporto de Lisboa. A diretora nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Cristina Gatões, acabou por se demitir.

O então ministro das Finanças, Mário Centeno, foi desaprovado pelos partidos na sua saída, ao passar para a presidência do Banco de Portugal, estando também envolvido em polémica por causa de um empréstimo de 850 milhões de euros ao Fundo de Resolução, posteriormente injetado no Novo Banco.

Já a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, foi criticada por não ler o relatório da Ordem dos Médicos sobre um surto de covid-19 num lar em Reguengos, confissão que levou a pedidos de demissão. Também a ministra da Saúde, Marta Temido, foi criticada e alvo dos mesmos pedidos.

Na primeira anterior legislatura, a na altura ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, foi alvo de várias críticas devido aos incêndios de 2017. Em outubro, quatro meses depois dos fogos em Pedrógão Grande, demitiu-se.

Na Defesa, o ex-ministro Azeredo Lopes demitiu-se em outubro de 2018, no seguimento do assalto aos paióis de Tancos, que ocorreu em junho de 2017. Entretanto, foi constituído arguido no processo.

Taísa Pagno //

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