Numa entrevista concedida ao Público, o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário São João, Fernando Araújo, revelou que prevê que a vacinação de cerca de dois mil profissionais demore 10 horas e fique concluída logo no domingo.
Fernando Araújo disse na entrevista ao jornal Público que a maior parte dos profissionais de saúde do Hospital de São João, entre 90 a 95%, quer ser vacinado contra a covid-19.
A ânsia pela tão desejada vacina já se faz sentir nos corredores do maior hospital do Porto. No próximo domingo serão já administradas cerca de 2280 vacinas aos profissionais da linha da frente deste hospital.
O responsável pela administração do hospital afirma que a equipa está a “preparar uma operação de elevada complexidade para tentar que no domingo se possa vacinar no mesmo dia cerca de dois mil profissionais. A estrutura está a ser montada. E três semanas depois faremos a segunda toma”, afirma.
As expectativas são altas e espera-se que, se tudo correr bem, o processo de vacinação do próximo domingo, dia 27 de dezembro, ocorra em apenas 10 horas. “Estamos a falar de 20 a 30 postos, vamos transformar todo o sector de consultas externas numa vasta área de vacinação”, revela o médico.
Questionado sobre se as farmácias deviam ser envolvidas neste processo, o presidente da administração do hospital concorda que sim e relembra que “os utentes têm enorme confiança nos farmacêuticos e as farmácias, pois estes têm experiência na administração de vacinas e em colaborar com o Serviço Nacional de Saúde”. Contudo, realça que “nesta primeira fase faz sentido serem os serviços de saúde ocupacional a coordenar todo o processo”.
Na mesma entrevista, Fernando Araújo revela que o Centro Hospitalar e Universitário de São João está a preparar-se para uma eventual terceira vaga da pandemia já em Janeiro.
“É previsível que possa haver uma terceira vaga. Esperemos que não, mas estamos a preparar-nos claramente para uma terceira vaga, já em Janeiro. Temos que nos preparar para os piores cenários. É previsível que aumente a pressão na urgência e no internamento em meados, por isso não desmobilizamos a máquina toda”, explica o ex-secretário de Estado adjunto da Saúde.
O médico discorda também da forma como foram entregues os prémios aos profissionais de saúde e critica o centralismo de Lisboa, referindo-se ao assunto com “alguma desilusão”, sublinhando ainda “que o prémio deveria ser atribuído de uma forma global aos que estiveram a trabalhar”.
Araújo está também “muito preocupado” com os doentes não covid-19 e adianta que as listas de espera no São João diminuíram 50% devido à diminuição da referenciação por parte dos centros de saúde e às faltas dos doentes, que duplicaram durante a pandemia.
“Na cardiologia e na oncologia foram referenciados menos um em cada três doentes em comparação com a média dos últimos anos. Estamos a perder doentes”, lamenta o médico.
Coronavírus / Covid-19
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