Marcelo Rebelo de Sousa prepara-se para um segundo mandato num ambiente político muito distinto do de há cinco anos. Apesar de não exigir a António Costa garantias formais de durabilidade, conta com a esquerda para segurar o Governo até 2023.
“O PCP, o PAN e o PEV não fecham a porta à convergência para a segunda metade da legislatura. Nem o BE fecha portas para o futuro. E não vejo razões para duvidar desses propósitos”, disse Marcelo Rebelo de Sousa em declarações ao Expresso, lembrando que o próprio exigiu ao Governo que se entendesse à esquerda para salvar os dois últimos Orçamentos do Estado.
“A votação dos Orçamentos para 2020 e 2021 não foi mais complexa do que a dos Orçamentos para 2018 e 2019, apesar de a composição parlamentar ser agora mais difícil e a situação pandémica, económica e social também”, acrescentou o atual Presidente. À direita, resta não ter pressa e saber esperar.
O chefe de Estado entende que é cedo para viragens e que 2023 pode ser o ano de saída de Costa – quem sabe, com olhos postos na presidência do Conselho. Para Marcelo, dissolver o Parlamento antes disso não vale a pena, até porque enfraqueceria tanto a esquerda quanto a direita.
Neste sentido, também considera que não vale a pena exigir ao Governo garantias formais de acordos estáveis, porque, sendo reeleito, quando ele próprio tomar posse em março, a legislatura irá quase a meio. Na altura, estarão cumpridos dois dos cinco anos na Presidência e resta-lhe tempo para ver a sua família política chegar ao poder.
Para Luís Marques Mendes, comentador e conselheiro de Estado, o segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa é um exercício de alto risco.
No jornal “Regional” de São João da Madeira, Marques Mendes escreveu um artigo com o título Boa sorte, Presidente, no qual sustenta que o mandato vai ser “excecionalmente difícil”, porque “o país está a ficar ingovernável e pode caminhar a passos largos para a tempestade perfeita – não haver condições para governar à esquerda e à direita“.
Mesmo que a esquerda vá conseguindo segurar o Governo, o conselheiro alertou para “a fatura de ficar nas mãos do PCP e das suas exigências”. Tal seria “gerir o poder” e “não governar”, com “o país a sofrer as consequências”.
À direita, “procura-se alternativa, mas não se vislumbra”, e é neste quadro de “beco sem saída” que Marques Mendes antecipa um segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa.
“Boa sorte, Presidente. Bem vai precisar dela.”
O Marcelo quer segurar o ”tacho” até 2023 não o governo.
Tenho dúvidas que este governo lá chegue. O BE já saltou do barco a afundar. O Pedro Nuno Santos não tarda muito também sai do governo (e com ele sai grande parte do apoio do PS). O Cabrita está a prazo. A ministra da saúde é o que é. Este governo não chega a 23.
Oxalá para bem de Portugal e dos portugueses…
Ele deve querer segurar o desgoverno para lá de 2023. Foi sempre um grande amigalhaço do costa e do Salgado.
Portugal, a nova Venezuela europeia…
Falta saber se o Costa quer governar sem dinheiro …
Os amigalhaços do passado não quiseram, se o Costa não saltar do barco quando afundar … será o primeiro da sua cor política a conseguir a proeza.
Não creio que o dinheiro da união chegue a tempo de o salvar … e sem restrições económicas.
Vai saltar antes de afundar. Depois virão os do PSD para ficarem como os maus da fita que impõe restrições a todos e são uns ladrões – vide o que se passou com PPC depois do Sócrates.