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Elite saudita presa na “prisão mais luxuosa do mundo” denuncia ter sido vítima de “tortura”

(dr) Ritz-Carlton

Ritz-Carlton, em Riyadh, na Arábia Saudita

Em novembro de 2017, dezenas de príncipes, milionários e homens de negócios foram presos na sequência de uma operação que decorreu num sábado à noite no hotel Ritz Carlton, em Riade. Ao todo, cerca de 400 pessoas da elite saudita foram detidas.

A ordem para a mega-ação anti-corrupção partiu de Mohammed bin Salman, o príncipe que comanda o reino da Arábia Saudita.

Entre os 400 detidos estava o príncipe Alwaleed bin Talal, um dos homens mais ricos do Médio Oriente, que detém investimentos em empresas como a Apple, Twitter, Citigroup, News Corporation, Four Seasons e mais recentemente na Lyft.

Três anos depois, algumas das mais poderosas figuras sauditas que foram, na altura, detidas revelaram a sua versão sobre o que se passou no dia em que a brigada anticorrupção invadiu o hotel de luxo em Riade e fez prisões em massa.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, vários detidos, incluindo influentes empresários sauditas, contaram ter passado por “tortura e coerção”, enquanto os conselheiros reais da Arábia Saudita tentava perceber e avaliar os investimentos que estavam por trás das fortunas das mais influentes famílias sauditas.

Os ex-detidos asseguraram, em declarações ao mesmo jornal, que foram agredidos e intimidados por agentes de segurança, sob a supervisão de dois ministros sauditas – que eram homens de confiança de Mohammed bin Salman.

“Muitas das pessoas foram agredidas. Havia pessoas atadas às paredes, em posições stressantes, e tiveram de ficar assim durante quatro horas”, disse uma fonte que envolvida no processo.

Dois empresários relataram ainda que foram contactados para esperar por um conselheiro real num quarto do hotel, mas quem chegou foi um oficial de segurança que os deixou presos no quarto.

As revelações surgem pouco tempo antes da cimeira do G20 que vai ocorrer em Riade no próximo fim de semana e que irá decorrer em formato de webinar.

ZAP //

 

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