Os camelos não têm água nas suas bossas, tendo antes nestas corcovas, localizadas nas suas costas, armazenamentos de gordura, que são utilizados quando o animal não consegue encontrar alimento ou água.
Em declarações ao portal Live Science, Rick Schwartz, porta-voz nacional do Zoológico de San Diego, nos Estados Unidos, esclarece esta espécie de “mito urbano”: “[Os camelos] lidam com estações secas, altura em que a comida e água são escassas”.
Quando há comida disponível, explicou o especialista, os camelos ingerem calorias suficientes para formar as suas corcovas, alimentando assim um mecanismo que lhes permite sobreviver por longos períodos de tempo sem alimento – uma bossa “completa” pode garantir alimento durante quatro a cinco meses.
Assim que o armazenamento de gordura começa a ser utilizado pelo animal, a sua bossa perde dimensão, como se de uma balão se tratasse. Da mesma forma, e recorrendo à mesma metáfora, a bossa pode voltar a “crescer” se for novamente alimentada.
Os bezerros de camelo não nascem com estes depósitos de gordura, nem os desenvolvem enquanto estão a ser amamentados pela progenitora. “Toda a energia que recebem da mãe vai para o crescimento do seu corpo”, explicou Schwartz .
Estes depósitos começam a ser formados entre os 10 e os 12 meses de vida, apesar de estes desmamarem por volta dos quatro a seis meses. Como os camelos selvagens estão a lidar com os ciclos das estações, estes animais precisam de ter algum tipo de crescimento durante o primeiro ano (…) Têm que passar pela primeira estação seca”.
O portal explica ainda que existem duas espécies de camelos: os camelos bactrianos (Camelus bactrianus), que vivem na China e Ásia central e possuem duas corcovas e os camelos árabes, também conhecidos como dromedários, (Camelus dromedarius), a espécie mais comum, que possui apenas uma bossa. Segundo Schwartz, a bossa extra dos dromedários não lhes permite estar mais tempo sem comer.