Portugal deverá ultrapassar, esta quarta-feira, o recorde de doentes em unidades de cuidados intensivos, alertou a ministra da Saúde, Marta Temido, em conferência de imprensa sobre a capacidade do Serviço Nacional de Saúde para combater a pandemia de covid-19.
Segundo cálculos do Instituto do Doutor Ricardo Jorge, “projeta-se que no dia 28 de outubro seja ultrapassado o número de doentes covid-19 em cuidados intensivos da primeira vaga [271]” e que, no “final de novembro, estejam internados em enfermaria 2.634 doentes e 444 nos cuidados intensivos”.
A governante disse que existem mais de 17 mil camas disponíveis só para covid-19, caso seja necessário. Apesar do aumento no número de pacientes nos cuidados intensivos, Marta Temido entende que o Serviço Nacional de Saúde “está melhor preparado em termos de meios técnicos, humanos e de conhecimento”.
O SNS tem uma capacidade instalada em enfermaria estimada em 19.778 camas, sendo que 17.741 são destinadas a doentes de covid-19. “A capacidade das camas é gerida de acordo com as necessidades”, acrescentou Temido.
A ministra da Saúde admite que a situação é grave e que, por isso, “temos de preservar a capacidade hospitalar”. Perante a situação atual, o SNS está preparado para reencaminhar os utentes para o setor privado e social, “quando haja desprogramação de atividade por força da necessidade de resposta à covid-19”.
Temido adiantou ainda que mais concelhos podem vir a ser alvo de medidas mais restritas como os casos de Lousada, Felgueiras e Paços de Ferreira.
A governante aludiu às “responsabilidades partilhadas” por Executivo e cidadãos, dizendo não haver “tempo a perder” na luta contra a covid-19 e instando cada português a fazer “o que está ao seu alcance” para parar a transmissão do vírus.