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Cabrita mantém auditoria sobre falhas na GNR e PSP em segredo

Mário Cruz / Lusa

Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita

A auditoria “Cartografia de Risco”, feita pela Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) que detetou falhas na formação e organização na GNR e na PSP, continua em segredo no gabinete do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

Em julho, Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, alegou que a auditoria “Cartografia de Risco” não existia, tendo sido dada como desaparecida, isto depois de o seu gabinete ter garantido que o processo se encontrava em fase de conclusão, em resposta a um requerimento do BE, de dezembro do ano passado.

Esta quarta-feira, o Diário de Notícias pediu novamente ao gabinete do MAI para que dissesse qual era afinal a resposta certa, mas não obteve resposta.

Segundo o diário, a auditoria, que pretendia identificar os prontos críticos da GNR e da PSP, detetou falhas na formação em direitos humanos, falta de preparação dos polícias para os diferentes contextos sociais em que atuam, uma distribuição desadequada do dispositivo e défice do efetivo.

No relatório eram propostas algumas soluções e era sugerida a criação de um grupo de trabalho multidisciplinar para estudar a sua aplicação, bem como o desenvolvimento de projetos-piloto de policiamento adaptado aos diferentes contextos sociais, nas zonas de Lisboa, Porto e Setúbal.

Esta semana, e pela terceira vez, o Bloco de Esquerda pediu que o relatório fosse enviado ao Parlamento, para ser analisado pelos deputados.

“Apesar de poder ser compreensível alguma demora nos tempos de resposta legalmente previstos, justificada pela situação epidémica que atravessamos, a demora de mais de 3 meses na resposta ao último requerimento efetuado, dificilmente se compreende, a que se soma a demora de quase um ano de resposta ao primeiro requerimento efetuado”, escreveu a deputada Sandra Cunha.

O Bloco estranha que Eduardo Cabrita tenha afirmado que “não existia nenhum relatório, e que não iria existir, tratando-se apenas de uma proposta de criação de um grupo de trabalho”.

O partido frisa ainda que, no Relatório de Atividades de 2018 da IGAI, “são feitas várias referências a esta auditoria (…). Na página 75 pode ainda ler-se atendendo à extensão do texto, remete-se para o Anexo VI, a análise dos resultados desta auditoria temática”.

No entanto, “o anexo VI apenas contém a página de rosto (capa) deste relatório que explanaria os resultados da auditoria temática em questão”.

ZAP //

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