/

Geólogos “ressuscitam” placa tectónica desaparecida

(dr) Universidade de Houston

Jonny Wu e Spencer Fuston, do Departamento de Ciências Atmosféricas e Terrestres da Universidade de Houston

A existência da placa tectónica Ressurreição nunca foi consensual: alguns geólogos argumentam que nunca foi real e outros alegam que a placa sofreu um processo de subducção no manto da Terra, em algum lugar da Orla do Pacífico, entre 40 e 60 milhões de anos atrás.

Uma equipa de geólogos da Escola de Ciências Naturais e Matemática da Universidade de Houston, nos Estados Unidos, acredita ter encontrado a placa tectónica desaparecida no oeste do Canadá usando imagens de tomografia do manto da Terra. O artigo que detalha a descoberta foi publicado no dia 19 de outubro no Geological Society of America Bulletin.

Os investigadores acreditam que este passo pode ajudar os geólogos a prever riscos vulcânicos, depósitos minerais e de hidrocarbonetos.

“Os vulcões formam-se nos limites das placas e, quanto mais placas há, mais vulcões existem”, explicou Jonny Wu, professor de geologia do Departamento de Ciências da Terra e Atmosféricas da universidade norte-americana, em comunicado. “Os vulcões também afetam a mudança climática. Quando tentamos modelar a Terra e entender como o clima mudou, procuramos também saber quantos vulcões existem.”

Segundo o Phys, Wu e Spencer Fuston, um estudante de doutoramento em geologia, aplicaram uma técnica desenvolvida pelo UH Center for Tectonics and Tomography, chamada slab unfolding, para reconstruir como se pareciam as placas tectónicas no Oceano Pacífico durante o início da era Cenozóica.

A rígida camada mais externa da Terra – litosfera – é dividida em placas tectónicas e os geólogos sempre souberam que, naquela época, havia duas placas no Oceano Pacífico, chamadas Kula e Farallon.

No entanto, tem havido várias discussões sobre uma possível terceira placa – Ressurreição – que formou um tipo especial de cinturão vulcânico em todo o Alasca e no estado de Washington, nos Estados Unidos.

“Acreditamos ter evidências diretas da existência da placa da Ressurreição“, afirmou Spencer Fuston.

Através da tecnologia de mapeamento 3D, Fuston aplicou a técnica slab unfolding às imagens de tomografia do manto terrestre para extrair as placas subduzidas antes de as desdobrar e esticar às suas formas originais.

Quando reconstruídos, os limites desta antiga placa tectónica coincidem com os antigos cinturões vulcânicos no estado de Washington e no Alasca, o que proporciona um elo muito procurado entre o antigo oceano Pacífico e o registo geológico da América do Norte”, explicou Wu.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.