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Membros da Team Xecuter detidos por hackearem a Nintendo Switch

Dois membros da Team Xecuter, um grupo de hacking de consolas de vídeo-jogos, foram presos na semana passada. As detenções de Gary Bowser e Max Louarn estão ligadas a acusações feitas pela Nintendo.

O Departamento de Justiça americano anunciou na semana passada a detenção de Gary Bowser e Max Louarn. A acusação de 38 páginas nomeia também Yuanning Chen, outro membro do grupo.

O documento apresenta uma longa lista de supostos crimes da Team Xecuter, entre os quais estará a invenção e venda de produtos “projetados para contornar medidas de antipirataria, com o propósito de permitir que os usuários joguem ROMs piratas”.

No entanto, a acusação concentra-se na linha de produtos SX da Team Xecuter, projetada para “furar” a proteção contra cópias na Nintendo Switch. Apesar do esforço, por parte de empresas como a Nintendo, para acabar com a pirataria de vídeo-jogos e distribuição de ROMs, sempre existiram indivíduos a desenvolver e vender esses dispositivos de desbloqueio.

Um hacker que costumava comunicar com a Team Xecuter numa base regular disse que estava “totalmente surpreendido” com as detenções. O homem, que prefere manter o anonimato, contou que só entendeu que Bowser estava “desaparecido” de uma sala de chat há cinco dias, quando as detenções foram anunciadas.

“Já varias pessoas me procuraram para pedir que apagasse a sua conta e histórico do MaxConsole”, disse, referindo-se a um site de hacking administrado por Bowser, e que foi recentemente fechado. “Isso significa que isto assustou muitas pessoas na comunidade”, explicou.

Mas mais surpreendente do que as detenções foi o esforço internacional necessário para apanhar os três membros da Team Xecuter – de acordo com o Departamento de Justiça, Bowser, cidadão canadense, foi apreendido na República Dominicana; Louarn foi capturado em Avignon, em França; e Chen em Shenzhen, na China.

“Eles eram muito bons a manter o anonimato no passado, mas hoje em dia, quando grandes quantias de dinheiro estão envolvidas, é muito difícil ficar escondido”, disse outra fonte anónima ligada ao mundo da pirataria à Ars Technica. “Com uma empresa como a Nintendo a procurar intensamente, era apenas uma questão de tempo até alguém ser apanhado”, acrescentou.

Além disso, é difícil ficar completamente escondido quando se vende um produto ao público porque é muito difícil “não deixar vestígios na Internet”, disse Aurora, repórter do Wololo, um site de notícias sobre hacking de consolas de vídeo-jogos.

“No final de contas, a Team Xecuter tem contacto com revendedores, através dos quais a polícia pode ter descoberto nomes e informações de contacto. Além disso, há a informação de que o site deles não terá a melhor segurança, então, quem sabe… Talvez algumas informações tenham sido reveladas dessa forma”, explicou.

De acordo com Aurora, Bowser – que já tinha sido preso no Canadá em 2008 devido a uma investigação de DVD falsificado – era “uma espécie de relações públicas” para o grupo. O hacker era também o administrador por trás do MaxConsole, site que partilhava tanto notícias sobre consolas de jogos, como informações acerca da comunidade de hackers.

No entanto, e de acordo com a acusação do Departamento de Justiça, as notícias publicadas na primeira página do MaxConsole eram afinal um link ligado a uma secção apenas para convidados, que facilitava a distribuição de jogos piratas.

“Vou estar ocupado a configurar material ‘clandestino’ nos fóruns do MaxConsole, que também irá ajudar quem quer usar mais do que os jogos originais”, disse Bowser num email que foi citado na acusação.

Mas a Team Xecuter fazia parte da controvérsia relativa ao hacking de consolas de vídeo-jogos muito antes dos seus membros terem sido detidos na semana passada. Isto porque, segundo a Ars Technica, vender dispositivos de pirataria para obter lucro vai contra o carácter de partilha de informação de código aberto da comunidade de hackers.

“Somos uma comunidade de amadores. É mais para ver o que pode ser feito e como o fazer”, disse a segunda fonte anónima. “Compreender o hardware e o software que estão originalmente bloqueados de forma segura é a principal motivação.”

Apesar do choque causado pela detenção dos membros da Team Xecuter, o resto da comunidade não parece preocupada. “Não acho que estas prisões tenham qualquer influência no hacking da Nintendo Switch”, disse a segunda fonte anónima.

“Além de indivíduos que promovem, permitem, facilitam ou ajudam a pirataria, não acho que a comunidade esteja realmente preocupada com as prisões da Team Xecuter”, disse Aurora. “Desde que a Switch foi hackeada, em meados de 2018, muitos criadores desenvolveram homebrew (software personalizado), ajustes, temas e outras coisas. E a Nintendo nunca foi atrás deles”, acrescentou.

ZAP //

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