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FBI prende grupo que planeou rapto de Gretchen Whitmer e “conquista” de Michigan. Governadora culpa Trump

austin_slack / Flickr

Gretchen Whitmer, governadora do Michigan

A Justiça dos Estados Unidos acusou seis pessoas de planearam a tentativa de sequestro da governadora do Michigan, a democrata Gretchen Whitmer, plano que foi equacionado durante vários meses e que até teve ensaios.

De acordo com a Associated Press (AP), um tribunal federal acusou seis pessoas de conspirarem o rapto da governadora, na sequência daquilo que consideraram ser o “poder incontrolável” de Gretchen Whitmer.

Paralelamente, sete pessoas associadas a um grupo paramilitar denominado “Wolverine Watchmen”, que alegadamente planeavam uma “guerra civil” e a conquista do Michigan.

Os dois grupos treinaram juntos e planearam “vários atos de violência”, dá conta uma declaração das autoridades norte-americanas.

Fonte do Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos (FBI, na sigla inglesa) disse que chegaram a decorrer ensaios para o sequestro da senadora democrata em agosto e setembro, e quatro dos seis acusados tinham planeado um encontro na quarta-feira para “fazer o pagamento de explosivos e trocar o equipamento tático”.

Gretchen Whitmer “não tem quaisquer pesos e contrapesos. Ela tem poder incontrolável. Todas as coisas boas têm de acabar”, terá dito um dos suspeitos citado pelo FBI.

As autoridades acrescentam que este plano foi interrompido devido ao trabalho de agentes infiltrados e informadores.

O FBI soube no início de 2020, através das redes sociais, que uma milícia estava “a discutir o derrube violento de certas componentes do governo e das forças de segurança”, e “concordou em tomar medidas violentas”. Conseguiu infiltrar-se no grupo, com informadores a registar muitas das suas discussões.

Os seis homens foram detidos na noite de quarta-feira. Se foram declarados culpados, os seis homens poderão ser sentenciados a 20 anos de prisão.

A senadora democrata Gretchen Whitmer considera que esta tentativa de sequestro poderá ter sido indiretamente influenciada pelo Presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump.

Whitmer disse que o chefe de Estado norte-americano passou os últimos sete meses da pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus “a negar a ciência, a ignorar os seus próprios especialistas de saúde, acumulando desconfiança, fomentando a raiva e a dar conforto aos que propagam medo e ódio e divisão”.

Numa alusão à postura de Trump de não condenação dos grupos de extrema-direita durante o primeiro debate entre os dois candidatos à Casa Branca, a senadora foi mais longe nas críticas.

“Os grupos de ódio ouviram as palavras do Presidente não como uma reprimenda, mas como um grito de guerra. Quando os nossos líderes falam, as suas palavras importam. Carregam um peso. Quando os nossos líderes se encontram, encorajam ou confraternizam com terroristas domésticos, legitimam as suas ações e são complacentes”, disse a senadora do Michigan.

No final de abril, de acordo com o Diário de Notícias, grupos armados entraram no Capitólio em protesto pelas medidas de confinamento. Nesse mês, Trump criticou publicamente os líderes políticos do Michigan sobre as medidas impostas pelo estado para impedir a propagação do coronavírus.

Um dia depois da tentativa de invasão do Capitólio, Trump pediu compreensão por parte da governadora Whitmer. “A governadora do Michigan devia ceder um pouco e apagar o fogo. São pessoas muito boas, mas estão com raiva. Eles querem as suas vidas de volta, com segurança! Receba-os, converse com eles, faça um acordo“, aconselhou no Twitter.

Gretchen Whitmer ganhou preponderância nacional ao opor-se à forma como Trump lidou como a pandemia e chegou a ser considerada uma potencial candidata ao lugar de vice-presidente.

ZAP // Lusa

 

 

 

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