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Casa Branca não está a rastrear os contactos de Trump (e surto podia ter sido evitado)

The White House / Flickr

Donald Trump no Walter Reed National Military Medical Center-

A imprensa norte-americana avança que a Casa Branca não está a rastrear os contactos de Donald Trump, que testou positivo à covid-19 na semana passada.

Em conferência de impresa, Sean Conley, médico da Casa Branca, disse que “a unidade médica da Casa Branca, em colaboração com os CDC [Centros de Controlo e Prevenção da Doença dos Estados UNidos] e os departamentos saúde estaduais e locais, está a conduzir todo o rastreamento de contactos de acordo com as orientações dos CDC”. Porém, segundo a revista Time, nem os CDC nem as autoridades de saúde locais confirmam esta informação.

Uma das viagens de Trump antes de se saber que estava infetado foi ao estado do Minnesota para uma angariação de fundos e um comício. Em declarações à Time, o porta-voz do Departamento de Saúde do estado, Doug Schultz, disse que não recebeu qualquer contacto da parte da Casa Branca ou da campanha sobre o rastreamento de contactos. O Departamento de Saúde de Duluth, onde esteve Trump, também não.

O porta-voz da Casa Branca, Brian Morgenstern, disse que as normas dos CDC foram cumpridas no que diz respeito ao rastreamento de contactos. “O Presidente não teve interações que pudessem ser consideradas contactos próximos segundo as orientações dos CDC, que são mais de 15 minutos a menos de dois metros”.

Chris Christie, antigo governador de Nova Jérsia, que teve um contacto próximo com Trump, uma vez que o ajudou a preparar o primeiro debate da campanha presidencial, disse, em declarações à CNN, que não recebeu qualquer informação da equipa do Presidente em relação ao rastreamento de contactos.

Além disso, Trump também não terá tomado as devidas medidas de prevenção para evitar a disseminação do vírus, uma vez que sabia que Hope Hicks estava infetada antes de descolar para a angariação de fundos no seu clube de golfe, em Bedminster (Nova Jérsia), e deveria ter ficado em quarentena por precaução.

O Departamento de Saúde de Nova Jérsia começou a rastrear contactos. O governador Phil Murphy disse que haverá uma investigação sobre se Trump violou as regras do estado por causa do comportamento imprudente.

Scott Gottlieb, antigo diretor da FDA (agência norte-americana do medicamento), disse, em delcarações à CNBC, que a Casa Branca não tomou as devidas medidas preventivas para evitar que o Presidente norte-americano fosse infetado.

O principal especialista norte-americano em doenças infecciosas, Anthony Fauci, considera que o surto que infetou dezenas de funcionários e conselheiros de Trump na Casa Branca poderia ter sido evitado. “Olhem para o que aconteceu esta semana na Casa Branca”, respondeu Fauci, que classificou o surto que infetou Trump e Melania como “uma situação infeliz” porque poderia “ter sido evitada”.

Conselheiro Stephen Miller infetado

Stephen Miller, um dos principais assessores de política de Trump, testou positivo à covid-19, segundo um comunicado divulgado na terça-feira. “Nos últimos 5 dias, estive a trabalhar remotamente e a isolar-se com testes negativos todos os dias até ontem. Hoje, testei positivo para covid-19 e estou em quarentena”, disse Miller.

Depois de trabalhar em casa durante vários dias, Miller apareceu para trabalhar na terça-feira e o teste deu positivo, disse, em declarações à CNN, uma fonte familiarizada com o processo.

Gage Skidmore / Flickr

Stephen Miller é conselheiro de Donald Trump na Casa Branca

Miller é o mais recente funcionário apanhados pelo surto na Casa Branca que viu pelo menos outros 10 testes positivos. Além disso, é o mais recente membro da equipa do Presidente que o preparou para o debate presidencial da semana passada com teste positivo.

Miller também viajou a bordo do Força Aérea Um numa viagem de campanha em Minnesota com Trump e Hicks, que começou a sentir-se mal durante o voo de volta para Washington.

ZAP //

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