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Europa em alerta. Itália impõe uso de máscara, Paris sob ameaça do estado de emergência e Berlim com recolher obrigatório

Angelo Carconi / EPA

O número de novas infeções de covid-19 tem aumentando um pouco por toda a Europa, levando alguns países a adotar medidas mais restritivas. Itália impôs o uso obrigatório de máscara (até na rua), Paris está sob ameaça do estado de emergência e Berlim e Frankfurt anunciaram recolher obrigatório nas ruas.

Governo italiano vai impor o uso obrigatório de máscara, inclusive ao ar livre, e estender o estado de emergência até 31 de janeiro de 2021, disse esta quarta-feira o ministro da Saúde italiano, Roberto Speranza.

O uso obrigatório de máscara e o maior controlo de possíveis aglomerações de pessoas são as medidas que se somam às já previstas em Itália depois que as infeções pelo novo coronavírus dispararam nas últimas semanas, atingindo uma média de 2.600 por dia.

O uso de máscaras em todos os momentos já havia isso aplicada em regiões como o Lácio, cuja capital é Roma, Campânia, Basilicata e Calábria. No momento, outras medidas, como o encerramento antecipado do comércio e restaurantes, não estão a ser estudadas.

O ministro da Saúde italiano declarou ainda, durante uma intervenção na Câmara dos Deputados, que estas medidas serão votadas na quarta-feira através de um decreto do primeiro-ministro, após consulta aos representantes das regiões.

Além disso, os controlos serão aumentados porque, segundo o ministro, “as aglomerações são um risco real que não podemos permitir”, embora não tenha adiantou se utilizará o exército a fazê-lo, conforme noticiado por alguns meios de comunicação.

Speranza explicou que “a Itália, juntamente com a Alemanha, está melhor que o resto dos países europeus e está a responder melhor à segunda vaga”, mas advertiu que “não se deve ter ilusões”. “Seria profundamente errado só porque lidamos com esse número de infeções pensar que estamos fora. Seria um erro, um risco e uma avaliação totalmente privada de fundamento”, esclareceu.

Já Paris (França), que recentemente decretou o alerta máximo para a pandemia, que implica o encerramento de bares e cafés às 22 horas, corre o risco de voltar ao estado de emergência sanitária, segundo escreve o semanário Expresso.

Este estado, explica o mesmo jornal, implicaria, entre outras medidas, quarentena obrigatória para viajantes que entrem em França e o seguimento pelas autoridades de doentes covid-19 durante três meses.

Há ainda uma enorme preocupação com os hospitais franceses: se a trajetória da pandemia continuar na linha em que está, as unidades de Paris e da regiões mais próximas ficarão com a totalidade das camas de reanimação e de cuidados intensivos dos hospitais ocupada a 100% apenas com doentes covid ainda antes da data de 1 de novembro, de acordo com uma projeção do Instituto Pasteur.

Recolher obrigatório em Berlim e Frankfurt

Também nesta quarta-feira, as cidades de Berlim e Frankfurt anunciaram a imposição de um recolher obrigatório e novas restrições aos contactos sociais, devido ao preocupante aumento de novos casos de covid-19 na Alemanha.

As autoridades de saúde alemãs registaram 2.639 novas infeções em 24 horas, depois de na passada sexta-feira ter sido atingido um novo máximo diário (com 2.673 casos) desde a segunda quinzena de abril.

Na capital alemã, a maior parte das lojas, assim como bares e restaurantes, deverão encerrar entre as 23:00 e as 06:00, a partir de sábado e pelo menos até 31 de outubro, com exceção de farmácias e estações de serviço onde, no entanto, estará proibida a venda de bebidas alcoólicas no período noturno.

O município berlinense determinou ainda que, no mesmo horário, os ajuntamentos ao ar livre não podem exceder as cinco pessoas de dois agregados familiares distintos, embora o limite, durante o dia, se mantenha em 50 pessoas.

Em espaços fechados, o limite baixa de 25 para 10 pessoas, numa medida que visa sobretudo as festas em casa e festas ilegais, que as autoridades consideram como grandes responsáveis pela propagação do novo coronavírus.

Berlim atingiu, nos últimos sete dias, 44,2 novas infeções por 100.000 habitantes e concentra quatro das sete áreas com maior incidência de coronavírus na Alemanha: o bairro governamental de Mitte (com 60,9 infeções por 100.000 habitantes), Friedrichshain-Kreuzberg (com 53,5), Neukölln (com 79,2) e Tempelhof-Schöneberg (54,0).

Ainda antes de Berlim ter anunciado as novas medidas, já o município de Frankfurt tinha decidido implementar um recolher obrigatório entre as 22:00 e as 06:00, a partir de sexta-feira e durante, pelo menos, uma semana, para os estabelecimentos de restauração.

O consumo de bebidas alcoólicas fica também proibido em locais públicos, enquanto nos centros comerciais e principais ruas de comércio será obrigatório o uso de máscara.

ZAP // Lusa

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