A concelhia do CDS-PP do Porto vai apoiar o independente Rui Moreira à Câmara do Porto caso o autarca decida recandidatar-se nas eleições autárquicas de 2021, por entender que é “a solução que melhor serve os interesses da cidade”.
“O CDS Porto orgulha-se do apoio a este projeto político, que nasceu com Rui Moreira, e do qual, como referido, fez parte desde a primeira hora. Continua a rever-se nele como sendo a solução que melhor serve os interesses da cidade, pelo que esta concelhia apoiará uma nova candidatura de Rui Moreira caso esta se venha a verificar”, justificou esta quinta-feira a comissão política do partido em comunicado.
A estrutura centrista recorda que apoiou o movimento independente que Rui Moreira encabeçou em 2013, fazendo parte da solução de governo da cidade que “tão bons resultados tem sentido”. “O CDS Porto honra os seus compromissos“, acrescenta.
A concelhia explica ainda que o apoio à eventual recandidatura do atual presidente da Câmara do Porto surge para pôr um fim às “especulações jornalísticas” que têm vindo a público sobre as eleições autárquicas de 2021 e que não pretende alimentar.
“A concelhia do CDS Porto não pretende dar seguimento a especulações jornalísticas nem cobertura a recados. As gentes do Porto são livres e é em liberdade que sempre escolheram os seus representantes”, advogam os centristas.
Através de uma carta aberta publicada na quarta-feira no jornal i, o líder da Juventude Social Democrata, Alexandre Poço, desafiou os presidentes do PSD, CDS-PP e Iniciativa Liberal, para um acordo de centro-direita, de âmbito nacional, nas eleições autárquicas.
No mesmo dia, o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, afirmou que foi o primeiro dirigente a “sugerir uma frente de direita para vencer a esquerda” nas autárquicas de 2021 e disse que o processo já decorre a nível institucional, com o PSD.
O líder centrista mostrou-se esperançado de que os dois partidos vão chegar à conclusão que é “necessário um acordo para estabelecer sinergias e convergências com o PSD, com vista a derrotar a esquerda na maioria dos municípios de Portugal”.
Também o secretário-geral do CDS-PP salientou que o parceiro preferencial de coligação dos centristas é o PSD e adiantando que o dossiê dos acordos para as autárquicas do próximo ano “está a ser acompanhado” pelas direções dos dois partidos.
No dia 17 de setembro, os associados do movimento independente aprovaram por aclamação uma moção de apelo à recandidatura de Moreira em 2021, para cumprir um terceiro mandato. Confrontando pelos jornalistas no dia seguinte, Moreira mostrou-se satisfeito com a decisão do movimento, mas escusou-se a adiantar se irá ser candidato.
“Fico satisfeito pelos associados acharem que estou a fazer um bom trabalho, mas não, não tomei a decisão que será tomada no tempo adequado. Não tenho calendário para isso”, afirmou, lembrando que da primeira vez que concorreu só tomou a decisão em abril.
À margem de uma reunião com o secretário de Estado das Infraestruturas sobre a mobilidade no Grande Porto, o autarca sublinhou que, neste momento, está focado na gestão da Câmara do Porto.
Moreira disse ainda que esta é uma decisão do foro pessoal que terá de ter em conta aquilo que são as condições criadas para poder cumprir com um programa que, referiu, “não depende muito de inaugurações de obra”.
// Lusa