O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, disse esta quinta-feira que o Governo sabia que carruagens compradas à espanhola Renfe contêm amianto, mas que é de fácil remoção e voltou a considerar a compra um “excelente negócio”.
“Não é só a CP que sabia, nós sabíamos. A Renfe não escondeu nada de ninguém. A remoção do amianto é um procedimento técnico muito fácil”, disse Pedro Nuno Santos na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Conselho de Ministros, em Lisboa.
O governante afirmou ainda que “todas as carruagens estarão livres de amianto até ao final do ano, com todo um processo de controlo e certificação que está previsto na lei e que garante essa remoção”.
Pedro Nuno Santos voltou a considerar um “excelente negócio” a compra das 51 carruagens à ferroviária espanhola Renfe por 1,65 milhões de euros e disse que a venda daquele material circulante pela Renfe não se deveu a ter amianto, porque circulavam em Espanha, mas ao facto de a ferroviária espanhola ter carruagens a mais.
“Vendeu-as porque tem material circulante a mais e nós tivemos a oportunidade de fazer um grande negócio e disponibilizar ao povo português 50 carruagens”.
A CP — Comboios de Portugal disse, esta terça-feira, que a remoção do amianto em 36 das carruagens compradas à Renfe estava prevista no plano de recuperação daquele material e que todas estarão descontaminadas até à primeira semana de dezembro.
De momento, segundo a CP, já foram descontaminadas e certificadas 12 daquelas carruagens, duas estão em fase de descontaminação e “as 36 ficarão limpas até à primeira semana de dezembro”.
No mesmo dia, a ferroviária espanhola Renfe disse que o contrato de venda de 51 carruagens estipula que cabe à companhia portuguesa retirar o amianto (considerado nocivo para a saúde pública) que existe nalgumas delas, durante o seu processo de requalificação.
As primeiras carruagens do pacote de 51 compradas pela CP à espanhola Renfe por 1,65 milhões de euros destinam-se à Linha do Minho e vão estar a funcionar entre dezembro e janeiro, foi anunciado em 6 de julho pelo Governo português.
Alta velocidade Lisboa-Porto de forma faseada
Pedro Nuno Santos afirmou que o Governo quer atingir o objetivo de uma “ligação rápida” de comboio entre Lisboa e Porto “sem megalomania”, pretendendo estudar fazê-lo “de forma faseada”.
O gestor e consultor do Governo António Costa Silva disse esta semana, na sessão de balanço da consulta pública da “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação 2020/2030”, que existe um “consenso muito alargado” sobre a necessidade de se avançar com a linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto.
“Seria de facto uma obra ‘game-changer’. Nós já perdemos muitos anos para conseguir concretizar esse desígnio que é termos uma ligação rápida entre as duas maiores cidades do país”, respondeu aos jornalistas Pedro Nuno Santos, durante a conferência de imprensa do Conselho de Ministros.
Segundo o governante, é preciso “compatibilizar a visão estratégica com a disponibilidade financeira do país e dos programas ao dispor”. “Sem megalomania, mas com objetivos muito bem definidos, nós queremos atingir esse objetivo. Diz-nos a precaução que deveremos estudar a possibilidade de o fazer de forma faseada”, defendeu.
Costa Silva, na terça-feira, defendeu que “no caso das infraestruturas físicas, há um consenso muito alargado sobre a necessidade de o país fazer as infraestruturas de que necessita, nomeadamente a rede elétrica ferroviária nacional, a aposta na linha de alta velocidade Lisboa-Porto”.
O professor universitário lembrou que no plano inicial apresentado em julho defendia que o projeto de alta velocidade devia ser feito em duas fases, numa primeira fase Porto – Soure, mas depois de ter analisado os contributos que foram entregues durante a discussão pública sublinha que deve ser analisado o benefício de ser feito “de uma vez só”.
“Os contributos públicos chamaram a atenção para a necessidade de se fazer uma análise custo-benefício que veja se fazer de uma vez só não tem mais rentabilidade e não é mais benéfico”, afirmou.
Costa Silva voltou ainda a defender a aposta na “conectividade ibérica” e disse que se o país adotar agora a “bitola europeia”, isso implicará “um investimento colossal, quase inquantificável”.
ZAP // Lusa
Os espanhóis tinham carruagens a mais, mas desfizeram-se do refugo.
Portugal comprou aquilo que o vizinho não quis, essa é que é a verdade. Fomos às compras praticamente tesos. Diz o ministro que fez um bom negócio. Eu duvido. Sempre ouvi que ir ao barato muitas vezes sai caro.
Enfim ainda se atira areia para os olhos dos Portugueses, Sim até porque tirar amianto é como quem deita fora 3 quilos de arroz…
Outra vez a bater na mesma história da Linha de alta velocidade?! Entre Lisboa Porto!? se ainda fosse Porto Algarve ainda dava jeito, mas o preço do bilhete não deve de ser nada barato como o do costume…
Enfim os Lobis devem de andar aquecer… o ministro por isso ele anda cheio de…