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Pais, alunos e professores. Ano letivo em Espanha arranca em pé de guerra (e ninguém está contente)

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Rodrigo Antunes / Lusa

O ano letivo em Espanha está prestes a começar num clima de pé de guerra. O Governo central e as comunidades autónomas só definiram na semana passada um protocolo igual para as 17 regiões.

Pais, professores e alunos estão descontentes no arranque do ano letivo em Espanha. O protocolo – apresentado na semana passada pela ministra da Educação, Isabel Celaá, e pelo ministro da Saúde, Salvador Illa – inclui medidas sanitárias e de higiene, mas é pouco concreto no que respeita a medidas educativas.

De acordo com a TSF, os docentes consideram que o texto é insuficiente e ameaçam com uma greve já em setembro. “São medidas imprescindíveis, mas insuficientes. Abrem um caminho importante ao nível de recomendações de higiene e saúde, mas faltam compromissos a nível educativo”, disse Paco Garcia, professor e porta-voz da federação de educação do sindicato Comisiones Obreras.

“As recomendações de 20 alunos por turma não se vão cumprir porque o próprio documento inclui uma cláusula que indica que, nas comunidades autónomas onde não se possa cumprir regressam os números habituais. Conclusão: muitas vão começar com 25 alunos em primária e 30 na secundária”, acrescentou.

O número de alunos por professor é a principal crítica apontada no arranque do ano letivo espanhol. Os professores defendem uma redução do número de alunos por turma, mas avisam que a solução não pode passar pelo ensino online.

A greve estava convocada para o início de setembro, mas a decisão de adiar o início do ano letivo para a segunda semana do mês fez também adiar a convocatória. Ainda assim, e se não forem tomadas medidas adicionais, a greve vai mesmo para a frente.

Mas os professores não estão sozinhos, e até os alunos criticam o documento divulgado pelo Governo. “As medidas apresentadas são insuficientes e até insultantes. Realmente o que vieram dizer é que há que abrir as janelas nas salas de aula, tentar evitar o contacto entre os alunos e usar máscara…. são diretrizes que todos conhecemos”, referiu Alex Garcia, do sindicato de estudantes.

“No final das contas, o que fez o Governo foi passar a responsabilidade para a Comunidades Autónomas e que cada uma decida o que fazer”, rematou.

Os pais debatem-se entre o receio de enviar os filhos à escola e a necessidade de um ensino presencial que os ajude a retomar o trabalho com normalidade. Para além das medidas vitais para a abertura das escolas, pedem mais apoios para a as famílias caso seja necessário ficar com os filhos em casa.

ZAP //

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