A NBA anunciou, esta quinta-feira, que mais três jogos dos play-offs foram adiados devido aos boicotes em protesto pelo afro-americano Jacob Blake, com o Presidente a dizer que é “uma organização política”.
Em comunicado, a NBA anunciou o adiamento dos três jogos, um dia depois de o boicote dos Milwaukee Bucks ter gerado uma onda histórica no desporto dos EUA de outras medidas semelhantes, pedindo justiça após o afro-americano Jacob Blake ter sido repetidamente baleado por um polícia.
A direção da liga, que já soma seis adiamentos, afirmou esperar “que seja possível retomar os jogos na sexta-feira ou no sábado“. Esta quinta-feira à noite, houve um encontro entre alguns jogadores, os donos das 13 equipas presentes em Orlando e representantes da associação de jogadores, além do presidente do Comité de Questões Laborais da NBA, o antigo jogador e dono dos Hornets Michael Jordan.
Em conferência de imprensa antes do discurso de aceitação da nomeação republicana, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou a decisão dos organizadores e disse desconhecer o que se tem passado em Orlando.
“Não sei muito sobre o protesto da NBA. Sei que as audiências têm sido muito más, porque acho que as pessoas estão um bocado cansadas da NBA, sinceramente”, começou por dizer.
“Tornaram-se quase uma organização política, e isso não é bom. Não acho que isso seja bom para o desporto ou para o país”, atirou o Presidente norte-americano.
Entretanto, a tenista japonesa Naomi Osaka, que tinha anunciado a desistência do torneio de Cincinnati, juntando-se aos protestos das várias modalidades, voltou atrás e vai disputar a meia-final da prova, esta sexta-feira.
A atual 10.ª classificada da hierarquia mundial, de 22 anos, voltou atrás na decisão, depois de “extensas consultas” com a Associação de Ténis Feminino (WTA) e a Federação Americana de Ténis (USTA).
Em Flushing Meadows, Osaka vai discutir com a belga Elise Mertens, 22.ª classificada, um lugar na final do torneio norte-americano, depois dos encontros desta quinta-feira terem sido todos suspensos como forma de protesto.
Jacob Blake foi gravemente ferido, no domingo, em Kenosha, no Wisconsin, onde também duas pessoas morreram, na noite de terça-feira, num eventual ataque feito por um adolescente, de 17 anos, filmado por um telemóvel a abrir fogo no meio da uma estrada com uma espingarda semiautomática. O jovem foi, entretanto, acusado de seis crimes.
O agente disparou sete vezes nas costas do afro-americano, de 29 anos, quando este abria a porta de um veículo, onde estavam os seus três filhos menores, o que foi gravado por câmaras de telemóvel de testemunhas. A vítima permanece internada no Hospital Froedtert, em Milwaukee, paralisado da cintura para baixo. De acordo com o advogado da família, será preciso “um milagre” para que volte a andar.
Depois de três noites de protestos, a polícia local identificou o agente que disparou e disse também que Blake teria uma faca no interior do carro, para onde entrou antes de ser baleado.
Este incidente ocorreu dias depois de fortes protestos associados à morte de outro afro-americano, George Floyd, sufocado por um polícia em Minneapolis, no Minnesota, a 25 de maio.
ZAP // Lusa