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Bolsonaro admite voltar ao PSL (e diz ser “prova viva” da eficácia da cloroquina)

Joedson Alves / EPA

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou esta quinta-feira ser a “prova viva” da eficácia do cloroquina contra a covid-19, fármaco sem comprovação científica na cura da doença, e que disse ter tomado quando esteve infetado.

“Sabemos que mais de 100 mil pessoas morreram no Brasil. Caso tivessem sido tratadas desde o início com esse medicamento, muitas mortes poderiam ter sido evitadas. Aqueles que criticaram a cloroquina não apresentaram alternativas”, declarou Jair Bolsonaro, num evento público realizado em Belém, capital do estado do Pará.

Bolsonaro, um dos chefes de Estado mais céticos em relação à gravidade da pandemia, contraiu o novo coronavírus em julho e afirmou que recuperou graças à cloroquina, um fármaco usado no tratamento de doenças como a malária, mas cuja eficácia contra a covid-19 é colocada em dúvida pela maioria da comunidade científica internacional.

Bolsonaro, que passou três semanas a trabalhar e a cumprir isolamento social na residência oficial, o Palácio da Alvorada, em Brasília, també, foi fotografado a passear de mota nas ruas de Brasília, perto da sua residência oficial e terá falado com algumas pessoas sem utilizar máscara de proteção.

Depois de recuperar da covid-19, Bolsonaro teve uma infeção pulmonar e esteve a ser tratado com antibióticos.

Também contraíram o vírus, e já recuperaram, nove ministros do atual executivo brasileiro, assim como a própria mulher do Presidente, Michelle Bolsonaro, que permanece em confinamento e que na quarta-feira soube da morte de sua avó materna, de 81 anos, vítima da covid-19.

No evento em Belém, Jair Bolsonaro anunciou que o Governo federal vai enviar 400 mil comprimidos de cloroquina às autoridades estaduais do Pará, porque mesmo “sem comprovação científica, há muitos médicos que recomendam”.

O estado do Pará, localizado na Amazónia brasileira, tem cerca de oito milhões de habitantes e, segundo os últimos balanços oficiais, registou até ao momento 173.625 casos do novo coronavírus e um total de 5.917 mortes.

O Brasil totaliza 104.201 óbitos e 3.164.785 casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia, sendo o segundo país mais atingido pela doença no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos da América.

Bolsonaro admite voltar ao PSL

Depois de ter rompido com o Partido Social Liberal (PSL), Jair Bolsonaro anunciou a criação do partido Aliança pelo Brasil, mas reconheceu que este é um processo complicado.

“É difícil formar um partido. Não é impossível. Mas não posso investir 100% no Aliança. Tenho olhado para outros partidos. Já conversei com três partidos, e um foi o PTB, Partido Trabalhista Brasileiro, de Roberto Jefferson. Tem a quarta hipótese, do PSL, que sinalizou uma reconciliação na mesa“, declarou o Presidente brasileiro, na habitual transmissão em direto no Facebook.

Bolsonaro foi eleito chefe de Estado pelo PSL em 2018, mas deixou o partido após conflitos com o presidente da formação política, Luciano Bivar. Desde então que o Presidente está a tentar constituir o Aliança pelo Brasil.

Contudo, até ao mês passado, a Justiça eleitoral brasileira apenas tinha aceitado 3,2% das assinaturas entregues para constituir o partido, após ter detetado irregularidades, como eleitores inexistentes e pessoas que já morreram.

“Vou conversar com o PSL. Apesar de ter saído, existem uns 43, 44 parlamentares com quem converso. Existem uns oito que não dá para conversar pelo nível, porque atacam pessoalmente”, acrescentou Bolsonaro, sublinhando que não ia desistir já do Aliança pelo Brasil.

ZAP // Lusa

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