Para Catarina Martins, a “solução fácil” para o Serviço Nacional de Saúde passa pela criação de mais acessos à especialidade.
O Bloco de Esquerda rejeitou, este domingo, a criação de cursos de medicina nas universidades privadas, admitida pelo ministro do Ensino Superior, e alertou para a “enorme pressão” de interesses “muito poderosos” do setor privado da saúde.
Esta posição foi assumida por Catarina Martins no encerramento do “Acampamento Online Liberdade 2020” deste partido, que foi transmitido em direto no Facebook, em reação a declarações do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.
Na sexta-feira, o governante considerou que “a abertura e diversificação do ensino da medicina deve ser feita através de novas ofertas por outras instituições, públicas e privadas”, uma vez que as atuais universidades de medicina não querem aumentar o número de vagas.
“Não nos enganemos”, aconselhou a coordenadora do BE, alegando que os grupos privados de saúde, “agora que cresceram, querem também gerar os seus próprios recursos humanos, a preços de saldo, porque ninguém vai fazer cursos de medicina em que não se paguem altas propinas e ninguém vai deixar que os estudantes não paguem com o seu trabalho tudo aquilo que estudaram, tudo aquilo a que tiveram acesso”.
“Ou seja, há uma enorme pressão dos privados, não só para ficarem com uma fatia cada vez maior do Orçamento do Estado, como também para terem uma mão de obra barata a trabalhar nos seus hospitais”, acrescentou.
Dirigindo-se ao ministro do Ensino Superior, Catarina Martins sugeriu que, se “acha que tem poucos médicos, tem uma solução fácil”, que consiste, em primeiro lugar, “em ver com o Ministério da Saúde por que é que não abrem os concursos para especialistas“, referindo que em Portugal há “mais de 700 médicos sem acesso à especialidade”.
“O segundo passo é, claro, aumentar a capacidade formativa das universidades públicas. Mas com mais médicos especialistas e distribuídos por todo o território e com investimento nos hospitais, em mais hospitais”, completou.
De acordo com Catarina Martins, “nos próximos tempos a pressão vai ser gigantesca, com a chantagem da covid”, para se “abrir o curso de medicina que aquele privado quer” ou para se “dar aquele dinheiro ao privado para fazer cirurgias”.
“Todo o tipo de chantagem vai aparecer”, reforçou, concluindo que estes são “tempos complicados” para o Serviço Nacional de Saúde, que corre o risco de a prazo ficar “ainda mais frágil, com os privados a crescerem ainda mais“.
No final da sua intervenção, a coordenadora do BE fez um apelo à responsabilidade e determinação política para se “desmascarar todas estas manobras”, lembrando que os partidos à esquerda aprovaram em conjunto com o PS “uma nova Lei de Bases da Saúde que pusesse o SNS no centro”.
“Não basta uma lei, é preciso a prática”, defendeu, advertindo que “os interesses privados da saúde são muito poderosos e estão mesmo a tentar, depois de terem falhado em tudo, depois de terem deixado as pessoas sem nada, mesmo assim, ver se lucram com esta crise”.
// Lusa
A cegueira politica e ideologica é total para estes pseudo-politicos. Não querem abertura de mais cursos de medicina em Portugal mas não se importam que tantos jovens tenham de ir para o estrangeiro estudar medicina pagando horrores porque em Portugal não conseguem vaga. Deviam ter vergonha.
Desta vez, tenho de concordar com a drogatita.
Se se abrir nos privados, é ver os betos serem todos medicos, mesmo sem vocação ou média.
Como se sabe nosa privados os euros pagam as notas!!!!!
É isso que a drogadita quer que você pense. Que nos privados é só incompetentes com dinheiro. Mas será verdade?
minha senhora o estado nao tem necessariamente de assumir a formacao 100 por cento tem de regular mercados e dixarem o mercado funcionar porque é necessario. concorrencia é desejada e saudaveil…o estado gordo é pedra no sapato das pessoas, nada funciona so pedem dinheiro…so alimenta parasitas como quase todos os policos… va trabalhar é o que precisa primeiro experiencia e saber depois vem politiquices… nao enganar mais os segos….
Ora vejamos, cá em Portugal temos muitos casos (para não dizer demasiados) casos de filhos médicos que os país também o eram. Não será um caso de “elite fechada” onde só pode haver uma quantidade deficitária de médicos regida pela “ordem dos médicos”? Isto é apenas uma teoria minha.
Mas levamos a nos a importar médicos.