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Fim do estado de calamidade divide: autarcas otimistas, Temido de pé atrás

António Cotrim / Lusa

Reunião de acompanhamento da estratégia de prevenção e controlo na Área Metropolitana de Lisboa

Esta segunda-feira, os autarcas dos cinco concelhos com freguesias em estado de calamidade reúnem-se com vários elementos do Executivo de António Costa. O objetivo é avaliar a estratégia para se tomar uma decisão em relação ao levantamento da medida no próximo conselho de ministros, na quinta-feira.

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e da Câmara de Loures, Bernardino Soares, não escondem o otimismo quanto à evolução epidemiológica nas freguesias afetadas e querem que se decrete o fim do estado de calamidade.

“Se se confirmar a trajetória de descida [esta semana], quer do número de casos ativos, quer do número de novos casos diários, eu julgo que estão criadas as condições para as nossas freguesias saírem do estado de calamidade”, disse Bernardino Soares, na sexta-feira, citado pelo Diário de Notícias.

Na Área Metropolitana de Lisboa (AML), 19 freguesias de cinco concelhos – Loures, Amadora, Odivelas, Lisboa e Sintra – permanecem em estado de calamidade, já que, segundo disse na altura António Costa, é onde se concentra “o foco de maior preocupação de novos casos [de infeção] registados”.

Marta Temido, ministra da Saúde, não partilha do otimismo dos autarcas e lembrou, na sexta-feira, que “não se pode baixar a guarda“. O levantamento da situação de calamidade depende da “consolidação de dados”, sublinhou.

“Nós estabelecemos desde o início um calendário quinzenal para poder ter alguma estabilidade de informação e ter dados mais robustos mais fiáveis e, portanto, vamos respeitar esse calendário”, defendeu Temida, em resposta Às declarações de Fernando Medina, que destacou as melhorias tanto nos focos locais, como “nos números globais”.

“Sabemos que de facto há áreas que estão a ter uma evolução mais rápida do que outras, que são áreas mais complexas com mais habitantes com características mais multifacetadas e sabemos, sobretudo, que muitas destas medidas que utilizamos nestes cinco concelhos são medidas muito importantes eventualmente para estender a outros territórios”, salientou.

A governante disse estar a falar concretamente de “aspetos provavelmente menos mediáticos”, como o trabalho das equipas multidisciplinares e das equipas de saúde pública.

“Acreditamos que é sobretudo por essa via que podemos garantir que a situação fica mais robusta, mais controlada e que em outros territórios também limítrofes a estes concelhos aquilo que é a progressão normal da doença pode ser evitada.”

ZAP //

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