A Cervejaria Galiza, no Porto, não aguentou o impacto da crise por causa da covid-19 e fechou as portas nesta segunda-feira. A pandemia agravou a situação financeira já de si complicada e também houve algum “azar” à mistura. Mas os trabalhadores mantêm ainda uma “réstia de esperança” de salvação.
O encerramento da Cervejaria Galiza foi decidido depois de os trabalhadores não terem conseguido chegar a acordo com o administrador de insolvência numa reunião ocorrida na segunda-feira, informou em comunicado o Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN).
O Tribunal de Comércio de Vila Nova de Gaia declarou a insolvência da Sociedade Actividades Hoteleiras Galiza Portuense, proprietária da Cervejaria Galiza, no passado dia 4 de Junho, na sequência do requerimento apresentado pela Sociedade Real Sabor, de Vila Nova de Gaia, que reclama 11.951 euros de pagamentos em atraso.
Segundo o sindicato, o administrador de insolvência reuniu-se na segunda-feira com os trabalhadores, decidindo “encerrar o estabelecimento por não haver condições para o manter aberto”.
“As facturas começavam a chegar, tem de se pagar o IVA, tem de se pagar a Segurança Social, e não estávamos a conseguir pagar tudo“, lamenta ao Expresso o trabalhador António Ferreira, funcionário da cervejaria desde 1987 e um dos líderes da luta pela manutenção do espaço aberto.
“Começámos a ter azar com alguns materiais, que não tinham manutenção há algum tempo. Já vínhamos percebendo, já nos estávamos a conformar”, diz ainda este trabalhador que, juntamente com outros, tratou da gestão e do funcionamento do espaço comercial durante oito meses, com o intuito de evitar um encerramento.
António Ferreira fala de “uma tristeza muito grande”, mas ainda mantém uma “réstia de esperança” de que a Cervejaria Galiza volte a reabrir.
Esta última esperança recai na Assembleia de credores agendada para 4 de Agosto e na eventualidade de aparecer um investidor que garanta os postos de trabalho e o pagamento das dívidas.
“Sabemos que há alguns” interessados, sublinha António Ferreira no Expresso, lembrando os “33 anos a trabalhar” no espaço comercial e concluindo que “é sempre duro” perder um emprego assim.
Fundada a 29 de Julho de 1972, a cervejaria tem dívidas de 2 milhões de euros, com o Estado a ser o maior credor da sociedade devido à falta de pagamentos ao Fisco e à Segurança Social.
O Sindicato “lamenta o encerramento da Galiza”, considerando que “o restaurante é viável” e que, “mesmo em tempos de pandemia, aguentou-se e os salários foram sempre pagos”.
No início de Novembro de 2019, os então 33 trabalhadores da histórica cervejaria do Porto foram surpreendidos com uma tentativa de encerramento coercivo das instalações pela gestora da empresa, acabando por organizar-se e, desde então, assegurar a gestão diária do espaço.
Antes da tentativa de encerramento, a empresa dona da Cervejaria Galiza, numa tentativa de resolver as dificuldades financeiras, passou pelo recurso a um PER (Processo Especial de Revitalização) que foi aceite pelo Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia.
A tentativa de encontrar uma solução passou então para o Ministério do Trabalho, tendo a empresa e os representantes dos trabalhadores e do SHN reunido várias vezes a partir de Dezembro na Direcção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT), no Porto.
No decurso dessas reuniões, as representantes da empresa prometeram avançar com um processo de insolvência controlada e recuperação da empresa, o que salvaguardava os postos de trabalho, mas que nunca se concretizou.
ZAP // Lusa
A notícia refere que “O Sindicato “lamenta o encerramento da Galiza”, considerando que “o restaurante é viável” e que, “mesmo em tempos de pandemia, aguentou-se e os salários foram sempre pagos”.”(sic)
É óbvio que sim!!!
Só um atrasado mental é que não vê que uma “cervejaria (que) tem dívidas de 2 milhões de euros, com o Estado a ser o maior credor da sociedade devido à falta de pagamentos ao Fisco e à Segurança Social.”(sic) é PERFEITAMENTE VIÁVEL.
Mais viável só mesmo o Novo Banco… o tal quer era o banco “bom”!…