/

Sporting 2-1 Gil Vicente | Leão de Plata só sabe vencer

O Sporting cumpriu na recepção ao Gil Vicente, no fecho da 29ª jornada da Liga NOS, e venceu por 2-1, num jogo que pareceu sempre controlado, mas que terminou com emoção.

Os “leões” dominaram por completo na primeira metade e, no arranque da segunda, fizeram o segundo golo, que parecia resolver a questão. Porém, os minhotos nunca desistiram e, apesar de não terem criado tanto perigo como os da casa, acabaram por marcar perto do fim.

Tarde demais. O Sporting garantia, pela primeira vez esta época, a quarta vitória consecutiva no campeonato (em dia de aniversário), ficando com mais cinco pontos que o Sporting de Braga e a nove do Benfica.

Pelo caminho Rúben Amorim aproveitou para estrear mais dois “meninos”, nos últimos minutos: Tiago Tomás e Joelson sentiram a camisola leonina em Alvalade pela primeira vez.

O jogo explicado em números

  • Sem Jovane Cabral, que se lesionou na vitória frente ao Belenenses, Rúben Amorim apostou em Rafael Camacho. A ausência do seu jogador em melhor forma em nada alterou a força com que o “leão” entrou em campo e, à passagem do primeiro quarto-de-hora, registava 71% de posse de bola e 93% de eficácia de passe. Apesar de não haver remates nesta fase da partida, destaque para um lance aos 13 minutos, com Andraz Sporar, quase em cima da linha de golo, a não conseguir emendar após desvio de cabeça de Sebastián Coates.
  • A pressão leonina acabaria por dar frutos aos 21 minutos. Plata fugiu em grande velocidade pela direita, ganhou a linha com alguma felicidade, e cruzou atrasado. A bola acabou por chegar a Wendel à entrada da grande área e o brasileiro rematou com sucesso. Ao terceiro remate, primeiro enquadrado, a formação leonina colocava-se em vantagem.
  • Aos 27 minutos, Sandro Lima fez golo, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo. Este tento, ainda que não tenha contado, mostrou que o Gil Vicente iria vender cara uma eventual derrota e, à meia-hora, já registava 38% de posse de bola, estando mais forte nos duelos individuais (ganhou 60% de 37 até esta altura). Os minhotos estavam bem no passe (83% certos), mas registavam apenas uma acção com bola na área contrária e um disparo.
  • Aos 35 minutos, após uma jogada muito bem desenhada por parte do Gil, Yves Baraye, em boa posição na grande área, rematou forte para defesa extraordinária de Luís Maximiano. Nesta altura do jogo era mais o Sporting a jogar nas transições do que o Gil e eram os visitantes a criar perigo.
  • Boa entrada em jogo do Sporting, com a sua intensidade e velocidade a colocar diversos problemas ao Gil Vicente, que só reagiu à grande superioridade leonina após o golo de Wendel.
  • A partir daqui os “galos” assumiram mais o jogo e causaram alguns calafrios, com Luís Maximiano a segurar a vantagem da formação da casa e a registar o mesmo GoalPoint Rating de Wendel. Contudo, ligeira vantagem para o brasileiro, melhor do primeiro tempo, com um 6.0 que reflectia o seu golo, mas também 92% de eficácia de passe.
  • O reatamento deu-se com uma ocasião flagrante desperdiçada por Wendel. O brasileiro isolou-se e, já na grande área, permitiu a defesa de Denis, e na “recarga”, de cabeça, atirou por cima. Uma perdida incrível do brasileiro. Mas este tinha sido um sintoma de algo que mudara, e para melhor, do lado do Sporting. Aos 49 minutos, a bola chegou a Plata do lado direito da grande área e, perante Denis, o extremo não falhou. Terceiro remate do segundo tempo e aí estava o 2-0.
  • O Gil Vicente teve mais bola (56%) nos primeiros 15 minutos da segunda parte, e até rematou duas vezes, mas sem a melhor pontaria, voltando a registar somente uma acção com bola na área contrária. A solidez defensiva do Sporting não deixava os visitantes criar verdadeiro perigo. Nesta altura, os homens de Barcelos tinham um total de cinco remates, mas quatro foram de fora da área.
  • O jogo foi perdendo interesse, com poucos rasgos individuais ou colectivos. O Gil ia mandando na posse (63%) à passagem dos 70 minutos, mas com pouca acutilância ofensiva. Ia dando, sim, espaços aos “leões” para contra-atacarem, mas o Sporting, também ele, já não mostrava a mesma clarividência.
  • Contudo, em cima do minuto 90, o Gil reduziu. O árbitro assinalou falta de Doumbia sobre Hugo Vieira (ambos recém-entrados) na grande área e consequente penálti. Rúben Ribeiro, dos 11 metros, não falhou perante a sua antiga equipa. Um golo ao quinto remate gilista no segundo tempo, primeiro enquadrado. Mas já vinha tarde.

O melhor em campo GoalPoint

Gonzalo Plata continua a somar pontos nesta equipa do Sporting. O equatoriano voltou a realizar uma excelente exibição, sendo o melhor em campo no triunfo leonino sobre o Gil Vicente. O extremo “serpenteia” entre os adversários com uma grande facilidade, demonstrando técnica e velocidade, e tem melhorado sobremaneira nas decisões.

O seu GoalPoint Rating de 7.6 reflecte um golo (o segundo do Sporting), dois remates enquadrados em quatro, uma ocasião flagrante criada em três passes para finalização e quatro dribles certos em oito tentativas.

Mário Cruz / Lusa

Jogadores em foco

  • Rúben Ribeiro 7.5 – Jogo certamente especial para o criativo do Gil, que regressou a Alvalade, clube que representou em parte de 2017/18. Rúben foi o melhor dos minhotos, tendo feito um golo, de penálti, e mostrado bastantes recursos, expressos em três passes para finalização, 84% de eficácia de passe e dois dribles completos.
  • Nuno Mendes 6.4 – Mais um grande jogo do ala esquerdo leonino. O jovem fez um passe para finalização, teve sucesso em três de cinco tentativas de drible, duas delas no último terço, ganhou três de quatro duelos aéreos defensivos e acumulou dez acções defensivas, com destaque para cinco intercepções.
  • Rúben Fernandes 6.2 – Jogo competente do lateral-esquerdo do Gil, que fixou o máximo de intercepções da jornada, nada menos que sete. De resto, completou uma tentativa de drible e fez quatro recuperações de posse.
  • Wendel 6.2 – O melhor elemento do primeiro tempo, muito por culpa do golo que marcou. No segundo tempo desperdiçou duas ocasiões flagrantes no mesmo segundo, e terminou com dois remates enquadrados em quatro, 88% de eficácia de passe e três desarmes.
  • Stefan Ristovski 6.1 – Em especial na primeira parte, o macedónio subiu com grande frequência e perigo pelo flanco direito, algo que aconteceu menos na segunda metade da partida. Ao todo fez dois passes para finalização, teve êxito em dois de cinco cruzamentos e fez três desarmes.
  • Eduardo Quaresma 5.9 – O jovem defesa leonino esteve intratável no passe, terminando a partida com 14 passes progressivos eficazes e com os sete longos completos (eficácia global de 88% nas entregas). E ainda ganhou os dois duelos aéreos defensivos em que participou e fez três intercepções.

Resumo

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.