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“Um tsunami de barris”. Pandemia deixou milhões de litros de cerveja fora do prazo nos EUA

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A pandemia de covid-19, que obrigou a uma quarentena generalizada no mudo, deixou milhões de litros de cerveja fora do prazo nos Estados Unidos, escreve esta semana a agência noticiosa Bloomberg.

Em março, ainda antes de a quarentena ser decretada em território norte-americano, cerca de 38 milhões de litros de cerveja na posse dos retalhistas tinham já passado o prazo de validade, segundo estimativas da associação dos vendedores de cerveja.

A Vanguard Renewables em Wellesley, Massachusetts, é uma das empresas distribuidoras que está a receber milhares de barris devolvidos, procurando soluções para os litros de cerveja. A empresa pretende transformar a bebida em gás natural para geração de eletricidade. Outras empresa vão usar a cerveja para fabricar álcool gel, mas boa parte da cerveja será simplesmente decantada e descartada.

“É um tsunami de barris”, disse John Hanselman, da Vanguard à Bloomberg, que receberá cerca de 227 mil litros por semana para alimentar microrganismos com cerveja fora de prazo em biodigestores que liberam metano, o principal componente do gás natural.

Além das perdas de receita, que podem rondar entre os 800 e os mil milhões de dólares incluindo todos os segmentos do setor nos Estados Unidos, o setor procura agora encontrar formas de descartar a cerveja de uma forma ambientalmente segura.

Os distribuidores estão também preocupados com roubo de barris e com a própria cadeia de fornecimento que não estava preparada para um recall sem precedentes.

“Temos uma cadeia de fornecimentos inteira, de fabricantes de cerveja a distribuidores e retalhistas, todos com cerveja em risco“, disse Lester Jones, economista-chefe da NBWA em Alexandria, Virgínia.

Também o setor agrícola será fortemente atingindo, devendo a global por malte deve cair 2 milhões de toneladas nos próximos 12 a 24 meses, disse Andries de Groen, diretor da Evergrain, a unidade de cevada da alemã BayWa.

O volume representa pouco menos de 10% da procura global.

Terá um grande impacto (…) Os agricultores já colheram ou plantaram para esta temporada, pelo que parte dessa cevada para malte terá que ser utilizada para alimentar animais. Isso reduzirá o prémio da cevada para malte em relação à ração daqui para a frente em lugares como Europa, Argentina e Austrália”.

ZAP //

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