A Galp iniciou um programa de rescisões e pré-reformas que vai abranger cerca de 200 trabalhadores, o que corresponde a cerca de 3% do pessoal do grupo.
Depois dos representantes dos trabalhadores terem denunciado a existência de um plano social nesta sexta-feira, fonte oficial da Galp confirmou à agência Lusa que serão abrangidas pelo plano de redução cerca de 200 pessoas, o que corresponde a cerca de 3% dos trabalhadores do Grupo, nos vários países onde a Galp tem atividade, “sendo a grande maioria através de pré-reformas”.
A Comissão Central de Trabalhadores (CCT) da Petrogal acusou a Galp de estar a esvaziar a empresa com um programa de rescisões e pré-reformas, que está a ser apresentado individualmente desde a semana passada.
Este órgão representativo dos trabalhadores da petrolífera emitiu um comunicado a denunciar que a administração da Galp lançou mais um “Plano Social” que consiste em pré-reformas e rescisões por mútuo acordo.
“O Plano Social representa o esvaziamento da empresa, que […] conduz a mais prestações de serviço, à substituição de trabalhadores da empresa por terceiros, à concentração de mais tarefas num número de trabalhadores cada vez mais reduzido”, disse a CCT.
Hélder Guerreiro, da CCT da Petrogal, disse à agência Lusa que os representantes dos trabalhadores ainda não foram informados oficialmente mas que os selecionados começaram a ser chamados, um de cada vez, aos recursos humanos na semana passada para lhes ser proposta a rescisão ou a pré-reforma.
A pré-reforma foi proposta a trabalhadores com mais de 55 anos que, se aceitassem, ficariam a receber 75% da remuneração. Para as rescisões por mútuo-acordo a Galp terá proposto compensações de 1,8 salários por cada ano de serviço.
Maioria dos trabalhadores abrangidos está na Petrogal
Apesar de a empresa ainda não ter respondido às questões da CCT relativas ao Plano Social, Hélder Guerreiro estimou que fossem abrangidos cerca 240 trabalhadores pela redução, maioritariamente da Petrogal.
No final do mês de abril, a CCT da Petrogal insurgiu-se contra a distribuição de dividendos aos acionistas da Galp e apelou, sem sucesso, ao Governo para que não caucionasse o procedimento. Para a CCT, a redução de pessoal é já “o impacto da distribuição de dividendos aos acionistas em plena pandemia”.
Mas para a petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva a justificação é a quebra do mercado. “No contexto pós-covid, desafiante para a economia global e em particular para o setor energético, a Galp iniciou alguns ajustamentos da sua força de trabalho ao novo ambiente económico”, afirmou fonte oficial da empresa numa pequena declaração escrita.
O confinamento para combater a propagação da pandemia levou a uma quebra de 50% da produção petrolífera nos meses de abril e maio. Comparando os primeiros cinco meses 2020 com o período homólogo, o consumo de gasolina em Portugal desceu cerca de 103,5 mil toneladas (menos 24,0%), o gasóleo diminuiu 352,9 mil toneladas (menos 17,2%), e o jet (da aviação) 270,7 mil toneladas (menos 46,8%).
A Galp Energia é a segunda marca portuguesa mais valiosa. EDP, Galp Energia e Jerónimo Martins ocupam, por esta ordem, o ranking de 2020 das marcas portuguesas mais valiosas, não tendo o pódio sofrido alterações face ao ano passado, nota o Dinheiro Vivo.
A Galp Energia está avaliada em 1.274 milhões de euros, segundo estudo realizado pela consultora OnStrategy citado pelo jornal de economia.
ZAP // Lusa