Salto, um robusto robô saltitão com apenas uma perna, projetado pelo laboratório de Biomimética da UC Berkeley, consegue fazer vários tipos de saltos. Porém, não sabia aterrar – até agora.
Salto faz saltos duplos nas paredes desde 2016. Em 2018, saltava continuamente a alturas de até um metro, com uma precisão bastante decente e saltava de forma autónoma para ultrapassar obstáculos, usando cadeiras como trampolins para saltar sobre uma mesa, por exemplo.
Apesar de todas essas habilidades, Salto ainda não conseguia aterrar. Os movimentos têm de ser incrivelmente precisos na aterragem, principalmente quando não existe uma segunda perna para avançar ou recuar caso se aterre no ângulo errado.
O momento angular é o maior problema para Salto, principalmente ao saltar de um ponto para outro. O robô inclina-se para a frente enquanto salta, usando uma roda de reação rotativa para equilibrar e, em seguida, ajusta a rotação dessa roda de equilíbrio para levar o pé para a frente no ângulo apropriado para uma aterragem controlada. Se o momento angular estiver errado, pode pousar o pé no alvo, mas depois cair.
“Caindo de 1 metro, Salto só te 2,3 graus de espaço de manobra para frente e para trás se quiser aterrar. As ginastas que aterram com os pés juntos enfrentam o mesmo desafio. Se o momento angular estiver errado, precisam de dar um passo para manter o equilíbrio. No entanto, dar um passo não é possível com apenas uma perna ou ao pousar numa borda ou viga estreita. Uma pessoa que pousar numa viga ou borda irá girar os braços da mesma forma que Salto gira a cauda da roda de reação”, explicou Justin Yim, líder da equipa de Salto, em entrevista ao IEEE Spectrum.
Num teste de 60 saltos, o robô fez 52 aterragens perfeitamente controladas, recostou-se no “calcanhar” cinco vezes e caiu apenas três.
O controlo da aterragem aumentou enormemente a precisão do salto de Salto. Antes, o robô conseguia pousar em qualquer lugar dentro do raio de um prato de jantar. Agora, consegue saltar com precisão e espera-se que aterre em algum lugar no raio de uma moeda pequena.
Este tipo de precisão pode ajudar Salto a cumprir o seu objetivo original: navegar em terrenos difíceis em missões de busca e salvamento, onde estes pequenos robôs poderiam percorrer escombros, rochas e destroços com mais rapidez e segurança do que as equipas humanas.