A empresa mineira Rio Tinto admitiu que destruiu as cavernas pré-históricas que eram locais de culto para os aborígenes australianos e pediu desculpa.
As cavernas de pedra Juukan Gorge 1 e 2 – dois locais de grande significado cultural e histórico – foram destruídas numa explosão, segundo um porta-voz da empresa de mineração Rio Tinto, que reconheceu ter provocado danos irreversíveis durante os trabalhos com explosivos para expandir uma mina de ferro na região de Pilbara.
Representantes da comunidade aborígene australiana denunciaram que a caverna Juukan Gorge tinha sido destruída, classificando o ato de “devastador” para a comunidade. Os explosivos foram utilizados perto do local arqueológico a 24 de maio.
Agora, a Rio Tinto veio lamentar o sucedido. “Pedimos desculpa ao povo Puutu Kunti Kurrama e Pinikura (PKKP). Lamentamos o sofrimento que causamos. O relacionamento com o PKKP tem muita importância para a Rio Tinto, pois trabalhamos juntos há muitos anos”, declarou a empresa.
“Continuaremos a trabalhar com o PKKP para aprender com o que aconteceu e fortalecer a nossa parceria. Com urgência, estamos a rever os planos de todos os outros locais na área do desfiladeiro de Juukan”, acrescentou ainda, citada pelo Diário de Notícias.
Em 2013, a Rio Tinto recebeu aprovação oficial para realizar atividades nas minas de Brockman 4 que afetaram as cavernas Juukan 1 e Juukan 2, mas o plano passava por proteger o património histórico.
“A Rio Tinto trabalhou de forma construtiva com o povo PKKP em várias questões relacionadas com o património no âmbito do acordo e, onde possível, modificou as atividades para evitar danos. Também procurou proteger locais de importância cultural”, afirmou a empresa de mineração.