El Salvador está a aplicar desde segunda-feira medidas de segurança “mais drásticas e duras” nas prisões que acolhem 16 mil membros de gangues criminosos, para conter uma onda de homicídios que já fez 58 mortos.
A medida – que passa por selar as portas das celas com barras metálicas – foi adotada pelo diretor-geral das Prisões, Osiris Luna, que informou que este regime de isolamento já era aplicado na prisão de máxima segurança de Zacatecoluca e que agora se estenderá a seis outros estabelecimentos “indefinidamente”, noticiou a agência Lusa.
“Não vai entrar nem um raio de sol em nenhuma das celas” e os detidos “não poderão ter nenhum tipo de comunicação”, garantiu, em conferência de imprensa. Luna garantiu que as medidas, aplicadas em resposta a uma vaga de assassinatos registada entre sexta-feira e domingo, estão “dentro da lei” e são “necessárias”.
A Procuradoria-Geral da República salvadorenha confirmou à agência espanhola Efe que nas prisões se registaram 24 homicídios na sexta-feira, 12 no sábado e 22 no domingo.
O Governo salvadorenho tem garantido o bloqueio das comunicações dentro das prisões, mas os gangues começaram a enviar ordens de execução através de presos em liberdade condicional ou em saída precária.
Luna quer que todas as prisões se assemelhem a Zacatecoluca, com um regime “forte, duro, com ordem, controlo e disciplina”.
Segundo as autoridades locais, El Salvador tem um dos sistemas prisionais mais sobrelotados do mundo e várias organizações humanitárias assinalaram, no passado, a vulnerabilidade dos presos a ficarem doentes com tuberculose.
A Efe constatou que os detidos nas prisões não usam máscaras nem cumprem a distância de segurança para conter a propagação da Covid-19. Ainda assim, não há registo oficial de nenhum preso infetado entre as 323 pessoas detetadas com o novo coronavírus.