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Há um país a ignorar a pandemia e onde ninguém sabe do paradeiro do Presidente

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Na Nicarágua, o regime parece estar a ignorar o novo coronavírus. Além disso, enquanto por todo o mundo os chefes de Estado se dividem entre aparições públicas e declarações transmitidas por vídeo, na Nicarágua ninguém vê o Presidente há mais de um mês.

Daniel Ortega, de 74 anos, exerce o cargo de Chefe de Estado da Nicarágua ininterruptamente há 13 anos, desde 2007, mas já soma quase 25 anos como Presidente do país. Estávamos a 12 de março quando o líder da Nicarágua foi visto pela última vez.

Segundo o Observador, Ortega participou numa conferência em vídeo com outros chefes de Estado da região da América central e, desde aí, nunca mais ninguém o viu. Agora, 34 dias depois, o Presidente da Nicarágua falou ao país e defendeu-se dos que o criticam de falta de empenho no combate ao novo coronavírus.

A vicepresidente do país, a primeira dama Rosario Murillo, havia garantido que Daniel Ortega estava “a trabalhar, a dirigir e coordenar todos os esforços” para lidar com a pandemia de covid-19, mas a verdade é que, segundo o El Mundo, ninguém sabia do seu paradeiro.

Pelo menos, até esta quarta-feira, altura em que Ortega decidiu aparecer publicamente para garantir que Nicarágua está preparada para enfrentar a pandemia, “porque temos um sistema de saúde bom”, garantiu o governante, citado pelo Público.

“Temos capacidade de atender a todos os pacientes com coronavírus”, disse Ortega, afirmando que os hospitais destruídos durante os protestos de 2018 – reprimidos violentamente pelo Governo – foram “totalmente reconstruídos e renovados e estão à disposição para enfrentar a pandemia”.

Na mensagem, Ortega optou ainda por sublinhar que a existência de armas nucleares e de “corridas armamentistas ao Espaço” são bastante mais preocupantes que o novo coronavírus.

Até esta quarta-feira, havia muitas preocupações em relação ao estado de saúde do Presidente, devido ao seu historial clínico de problemas de saúde no passado. O diretor do Observatório dos Direitos Humanos para o continente americano, José Miguel Vivanco, não arriscou prognósticos quanto ao paradeiro ou estado de Ortega, mas deixou críticas.

A irresponsabilidade de Ortega põe em cheque a saúde e a vida dos cidadãos da Nicarágua”, disse o responsável.

A forma como a Nicarágua está a lidar com a pandemia está a merecer muitas dúvidas por parte de especialistas internacionais. Aliás, os números divulgados pelas autoridades – que apontam para nove casos de infeção, uma morte e nenhum caso de transmissão local do vírus – são altamente questionados pelos peritos.

Além disso, apesar de o confinamento ter sido adotado por muitos cidadãos, não foi uma medida recomendada de forma generalizada. As escolas, as lojas e as fronteiras continuam abertas e o governo não impôs quaisquer medidas para fomentar o distanciamento social.

O El Mundo conta que, no passado sábado, realizou-se uma procissão e um “festival de concertos” ao ar livre. O Governo do país terá até criminalizado o uso de máscaras faciais de proteção: de acordo com o diário espanhol, aqueles que as usam estão agora a ser classificados como “golpistas” e “terroristas”.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) já manifestou preocupação. Numa altura em que o mundo se debate com a pandemia, a Nicarágua parece ser um país à parte.

ZAP //

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14 Comments

  1. E nunca mais ninguém o viu…
    O mundo anda bonito.
    Uma das principais conclusões a tirar-se da COVID 19 é que a democracia tem mesmo de ser repensada. Pessoalmente acho que nem todas as pessoas deveriam poder votar. Deveria haver uma aferição mínima das capacidades das pessoas de forma a assegurar se possuem os mínimos que lhes possibilitem compreender a realidade que as rodeia. E só depois poderiam votar.
    Em Portugal já cheguei a ouvir uma a dizer na TV que ia votar num determinado senhor porque ele queria ir trabalhar para a NOS!!! Tinha estado a conversar com o Paulo Morais numa arruada e no final quando entrevistada por um qualquer canal de TV disse que gostava muito do senhor e que iria votar nele porque ele queria ir trabalhar para a NOS. Como isto anda…

  2. Esta chachada de um homem um voto, é um dos grandes podres destas “democrácias”. Na primeira metade do século 20 só votava quem tivesse alguma propriedade e pagasse impostos. Noutras ocasiões ou lugares era preciso saber ler e escrever. Isto do voto de qualquer analfabeto, vadio ou criminoso ter o mesmo valor que os votos dos médicos, professoras universitários ou empresários bem sucedidos, não faz sentido nenhum.

  3. Os votos deveriam ser qualificados. Há votos sem o mínimo de consciência política. Isto não é democracia: um voto de um analfabeto ser igual ao voto de alguém que tem algum nível cultural e experiência de vida. Tal como já existe diferenciação na qualidade dos votos dos sócios de um clube de futebol, também deveria ser adoptado na política. Assim, estaríamos a construir uma democracia mais criteriosa, mais forte e mais proveitosa. Assim, quantas vezes temos que ir comendo da gamela do “atraso de vida”, sobretudo num país em que muito atraso ainda impera.

    • tem toda a razão, obviamente … mas as pessoas não conseguem perceber a diferença entre NASCER IGUAL (muito certo) e SER (SEMPRE) IGUAL – basta ver como consegue funcionar o EBAY, por exemplo: Cada pessoa começa com zero e em cada negócio que faz Lhe são atribuídos pontos pela parte contrária – ao final de uns meses logo se separam os charlatões dos menos competentes ou menos responsáveis e estes dos que são efectivamente bons parceiros de negócios – cada qual tem a sua pontuação (atribuída pela seriedade, facilidade de comunicação e rapidez) – e só assim é possível a confiança que permite que milhões de pessoas façam compras e enviem dinheiro (muitas vezes milhares de euros) a um estranho correndo tudo bem em 99,99% dos casos – mas ali quem não tem unhas não toca guitarra ….

  4. Para os comentadores anteriores pergunto eu então se como prioridade não seria melhor aferir a capacidade intelectual e mental de quem se candidata a cargos políticos, é que pior que ser analfabeto e votante, será ser-se incompetente, vigarista, arrogante com convicção de espertalhão.

    • Absolutamente. Depois de países terem sido governados num passado recente por psicopatas como Stalin, Hitler e tantos outros, os candidatos a altos cargos públicos, como presidente da república e primeiro-ministro, em todos os países do mundo, deveriam ser examinados por três juntas médicas independentes e escolhidas aleatoriamente, uma nacional e duas internacionais. Isto de modo a impedir que esses cargos de enorme responsabilidade sejam ocupados por pessoas fisicamente incapazes, mentalmente doentes ou incapazes, desonestas, cleptopatas, psicopatas ou criminosas. Gente como Bolsonaro, Trump, Putin e muitos outros não teriam passado por esse crivo e mundo não estaria a miséria que está.

  5. iniciaste como “Má rio”, para logo te tornares “atento” e te travestires de “Desiludido” para chegares à conclusão que “Tens que ir comendo da gamela” o que não está muito mal para um “atraso de vida” para terminares com um brilhante pensamento digno dos psico de 4 patas que em tudo o que mexem vai de “de mal a pior”. não fossem as palas que te pregaram nos olhos e diria que és brilhante um autentico pirilampo e uma desilusão prá tua familia.

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