Portugal “em fase de planalto” e com “pico de detenções”. Descida nos novos casos

5

José Sena Goulão / Lusa

Portugal regista 470 mortos associadas à covid-19, mais 35 do que na quinta-feira, e 15.987 infectados, mais 515 do que ontem, segundo o boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS). Os novos casos descem, situando-se nos 3%, depois de uma subida de mais de 10% nas anteriores 24 horas.

A taxa de letalidade de covid-19 em Portugal situa-se, agora, nos 2,9%, segundo a ministra da Saúde, Marta Temida. Nas pessoas com mais de 70 anos, a taxa de letalidade sobe para os 10,6%, de acordo com a governante.

Depois de na sexta-feira se ter verificado um aumento significativo no número de novos casos, com 10,9%, neste sábado os números voltam a descer, verificando-se um acréscimo de apenas 3,3% nos infectados confirmados.

Nesta altura, há 15.987 casos confirmados em Portugal, entre os quais 1849 profissionais de saúde, como revela a directora-geral de Saúde, Graça Freitas. Destes, 488 são enfermeiros e 276 são médicos, de acordo com a responsável.

Quanto a pacientes recuperados, Marta Temido diz que há mais 33 do que ontem. Nesta altura, 266 pessoas já recuperaram da infecção.

Entre as pessoas doentes, 88% estão a receber tratamento em casa, enquanto 7,3% estão internadas, das quais 1,4% em Cuidados Intensivos.

Marta Temido refere que “estamos numa fase de planalto”, mas alerta que são “dados ainda muito preliminares” e que devem ser encarados “com cautela”.

A ministra apela aos portugueses para que continuem a fazer todos os “esforços” para “reduzir a transmissão”.

Ministra esclarece números diferentes dos testes positivos

Na conferência de imprensa de divulgação dos casos, a ministra da Saúde também abordou a discrepância verificada após um comunicado da DGS, onde se referia que desde 1 de Março até esta sexta-feira, 10 de Abril, tinham sido realizados 151.113 testes de diagnóstico, dos quais 17.083 (11,3%) foram positivos. Um dado que causou alguma confusão, uma vez que os dados confirmados de infectados se situam nos 15.987.

Um caso confirmado poderá corresponder a mais do que um teste positivo“, salienta Marta Temido, dando como exemplo que “o critério de cura é aferido pela realização de dois testes”. “Se uma pessoa for testada várias vezes, porque já não tem sintomas, mas demorar a ter o seu teste confirmado, estes testes contam”, refere ainda.

Desde 1 de Abril, foram realizados, em média, 8.900 testes diários de diagnóstico, segundo dados do ministério da Saúde.

“Pico de detenções” por violação da quarentena

Entretanto, nas últimas 24 horas, aumentou o número de detenções por desrespeito das regras de confinamento. Um dado confirmado à TSF pelo porta-voz da PSP, Nuno Carocha, que salienta que houve um “pico de detenções de pessoas obrigadas a confinamento obrigatório”.

As pessoas detidas “ou são confirmadas como contagiadas ou com fortes suspeitas de estarem contagiadas e têm ordens para estarem internadas no estabelecimento de saúde ou no domicílio”, salienta Nuno Carocha.

A PSP anunciou que foram detidas cerca de 50 pessoas em todo o país, desde que foi prorrogado o Estado de Emergência Nacional.

Em comunicado, a PSP admite que está “preocupada com as incidências das últimas horas”, durante as quais foram detidas 11 pessoas, quatro por não observação do dever de confinamento obrigatório e sete por incumprimento do dever de recolhimento.

As detenções por não observação do dever de confinamento ocorreram em Portalegre (um homem, de 19 anos, infectado e que se encontrava na via pública), em Lisboa (um homem, de 48 anos, que se encontrava no Hospital de S. José a aguardar o resultado do teste de despistagem e que saiu do local sem autorização), e no Porto (um homem de 29 anos, na Maia, que se encontrava em isolamento por ter tido contacto com pessoa infectada e, outro de 72 anos, em Gondomar, que se encontra infectado).

As restantes sete pessoas foram detidas na região da Grande Lisboa.

“Este pico contrasta frontalmente com a grande acalmia que se registou ontem [sexta-feira], e que se mantém hoje, tanto no tráfego rodoviário como na circulação pedonal”, refere a PSP.

A PSP adianta que, desde que foi prorrogado o Estado de Emergência Nacional, 15 pessoas foram detidas por incumprimento do confinamento obrigatório, aplicável a pessoas contaminadas pelo novo coronavirus ou que se encontram sob suspeita de contaminação.

Outras 29 pessoas foram detidas por incumprimento do dever geral de recolhimento domiciliário e que quando abordadas pela PSP, na via pública, “não apresentaram motivo enquadrável no quadro legislativo em vigor”.

Outras seis detenções foram concretizadas “no contexto de estabelecimentos a funcionar sem observar as condicionantes em vigor e cujos responsáveis igualmente se recusaram a adequar o respectivo funcionamento”, refere a PSP.

ZAP // Lusa

5 Comments

  1. Gostava de saber o que acontece a estas pessoas, que sabendo poderem estar infectadas, mesmo assim saíram, algumas para outro concelho.
    Estão em casa com pulseira electrónica? Quem garante que não saem novamente? Que crime cometerem? Desobediência?
    E se infectam alguém que por azar vem a falecer? Homicídio involuntário?
    Estamos TODOS fartos de estar em casa, e estes palermas abusam?
    Se não concordam com as regras, é fácil , emigrem, vão chatear outros.

  2. Ontem com mais de 1500 novos casos de infetados, atingiu-se o record. Hoje, 24 horas depois, já falam estes trauliteiros, em planalto. Ou me engano muito, ou estes gajos (entenda-se governo/responsáveis da saúde) preparam-se para fazer alguma aventura que pode levar a uma situação de 2ª vaga dramática.

      • Não sei, nem tenho dados – mas sei que convém ler/ouvir TUDO antes de mandar bitates:
        Marta Temido refere que “estamos numa fase de planalto”, mas alerta que são “dados ainda muito preliminares” e que devem ser encarados “com cautela”.
        .
        Exactamente o mesmo que refere alguém que percebe do assunto:
        Fase de planalto: “Temos de ter cautela com a leitura dos números”
        tvi24.iol.pt/videos/sociedade/fase-de-planalto-temos-de-ter-cautela-com-a-leitura-dos-numeros/5e923bdd0cf2a58834201481

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.