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Florestas tropicais estão a perder a capacidade de absorver dióxido de carbono

As florestas tropicais da Amazónia e de África absorvem agora menos um terço de dióxido de carbono do que em 1990, revelou uma nova investigação levada a cabo por cientistas da Universidade de Leeds, no Reino Unido.

Para chegar a esta conclusão, os cientistas analisaram e monitorizaram mais de 30.000 árvores anualmente durante as últimas décadas.

As árvores absorvem dióxido de carbono a partir do ar e armazenam-no, acabando este gás por ser libertado artificialmente quando o Homem corta ou queima florestas.

“O dióxido de carbono adicional aumenta o crescimento das árvores mas, a cada ano, este efeito é cada vez mais neutralizado pelos impactos negativos das temperaturas mais secas e altas, que atrasam o crescimento das árvores e podem até matá-las”, disse o líder do estudo, Wannes Hubau, citado pela agência Reuters.

De acordo com a nova investigação, cujos resultados foram recentemente publicados na revista científica Nature, foi a Amazónia a primeira a enfraquecer devido às condições extremas que tem enfrentando, seguindo depois as florestas africanas esta tendência.

A mesma investigação alerta ainda que as florestas tropicais podem deixar de absorver dióxido de carbono, tornando-se antes numa fonte de emissão deste gás. Este fenómeno pode ocorrer muito antes do que os cientistas esperavam – no caso específico da Amazónia, uma mudança deste tipo pode ocorrer em meados de 2030, ou seja, dentro de dez anos.

“A causa deste fenómeno são os impactos das alterações climáticas – em termos de stress térmico e secas – nestas florestas intactas (…) A Humanidade tem tido muita sorte até agora porque estas florestas têm absorvido a nossa poluição, mas podem não conseguir continuar a fazê-lo durante muito mais tempo”, alertou.

ZAP //

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