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Cavaco sente-se mal durante o discurso do 10 de Junho

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O Presidente da República, Cavaco Silva, sentiu-se indisposto durante as cerimónias do 10 de junho, na Guarda, tendo sido recolhido em braços para receber assistência médica na parte traseira da tribuna.

Cavaco Silva estava a discursar na cerimónia militar das comemorações do 10 de Junho quando se sentiu mal e foi retirado para a parte traseira da tribuna.

O Presidente interrompeu o discurso cerca das 10:30h, altura em que alguns presentes começaram a manifestar-se com assobios e apitos, entoando palavras de protesto contra o governo e exibindo cartazes com a mensagem “Governo Rua” e “Presidente incompetente, deixe o seu palácio para melhor gente”.

Percebeu-se entretanto que a pausa no discurso de Cavaco Silva se devia não aos protestos mas a uma indisposição do Presidente da República, que foi levado para trás da tribuna, onde foi assistido, numa ambulância do exército que se encontrava no local.

Segundo o major-general médico José Duarte, da Força Aérea, que assistiu o Presidente da República no local, Cavaco Silva teve uma “reação vagal”, da qual “recuperou rapidamente”, nunca tendo perdido a consciência.

Uma reação vagal é uma das causas mais comuns de desmaio.

O Presidente retomou o discurso às 11h, sem se referir à indisposição.

Cavaco pediu especial atenção aos problemas concretos dos militares

O Presidente da República alertou no seu discurso  para a necessidade da salvaguarda da capacidade operacional das Forças Armadas e defendeu uma “especial atenção aos problemas concretos dos militares”, sublinhando que “os exércitos não se improvisam, preparam-se“, afirmou Cavaco Silva, que é também o comandante supremo das Forças Armadas.

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O presidente da República, Aníbal Cavaco Silva

O presidente da República, Aníbal Cavaco Silva

Cavaco Silva evocou o centenário do início da Primeira Grande Guerra para pedir uma reflexão no Mundo e na Europa sobre os rumos e as opções que diariamente se assumem e deixar alertas sobre como é essencial a existência de Forças Armadas “prontas e preparadas para servir o país”.

Porém, acrescentou, embora se mantenha a missão primária da defesa de Portugal, a segurança e os interesses nacionais afirmam-se, atualmente, longe nas fronteiras nacionais.

“Sob pena de nos tornarmos um parceiro dispensável e irrelevante na cena internacional onde se joga o nosso futuro e o nosso desenvolvimento, a nossa participação requer a existência de meios e recursos que evitem a degradação das capacidades existentes e que permitam assegurar os necessários níveis de operacionalidade”, disse.

Destacando duas áreas de atuação, o Presidente da República reiterou a necessidade de Portugal ter “umas Forças Armadas credíveis, coesas e treinadas, capazes de assegurar o cumprimento das suas missões dentro e fora do território nacional” e enfatizou a a necessidade da ação de comando ser centrada nas pessoas, “dando especial atenção aos problemas concretos dos militares”.

Pois, sublinhou, é nas pessoas que reside a determinação das Forças Armadas e é sobre elas que que recai a responsabilidade do exercício da função e que se fazem sentir as maiores dificuldades.

“Pela sua importância e pelos reflexos na coesão, no moral e na disciplina, é legítima a expectativa dos militares quanto ao processo de instalação do Hospital das Forças Armadas e, também, quanto ao resultado do trabalho conjunto, entre os Chefes Militares e a tutela, em relação à proposta de revisão do seu Estatuto”, referiu.

A segurança e a paz não são dados adquiridos

No discurso, o chefe de Estado deixou ainda uma nota sobre “a perigosa indiferença” que se assiste hoje na Europa e no Mundo perante importantes questões de segurança “negligenciando-se as causas geradoras de conflitos, nomeadamente o recrudescimento dos nacionalismos e a irrupção das tendências separatistas”.

“A segurança e a paz não são dados adquiridos. Dependem da vontade e das decisões de terceiros e da confluência de circunstâncias várias”, frisou.

No início do seu discurso, o Presidente da República falou ainda longamente sobre o centenário do início da Primeira Grande Guerra, recordando todos os que morreram e se sacrificaram nos “campos de batalha” da Flandres, de Angola e de Moçambique, assim como as circunstâncias que rodearam a participação de Portugal.

“Recordar para aprender com os nossos feitos e os nossos erros, porque o país que ignora a História, que não recorda e não aprende com o seu passado, tende a repetir os mesmos erros no futuro“, sustentou, reconhecendo que “houve incúria na preparação, alheamento na execução e esquecimento no regresso”.

“Pode dizer-se que os militares que foram para a Flandres e para África nada tinham senão a coragem”, exclamou.

ZAP / Lusa

1 Comment

  1. “Porém, acrescentou, embora se mantenha a missão primária da defesa de Portugal, a segurança e os interesses nacionais afirmam-se, atualmente, longe nas fronteiras nacionais.”
    Contudo nunca nos podemos esquecer que quando partem em missão para essa zonas ditas de conflito auferem valores mensais de …>5000€ com cama comida e roupa lavada para além disso isentos de impostos. Senão veja-se quantos concorrem para essas missões? Defender a patria? Isso era antigamente que ela era obrigatória e ganhava-se metade ou menos do ordenado mínimo agora???

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