O próximo congresso do Partido Socialista acontece nos dias 30 e 31 de maio e os socialistas preparam-se para passar à margem das eleições presidenciais. Para já, tudo aponta para que o partido não tenha um candidato próprio.
O Diário de Notícias apurou, junto de fontes da direção do PS, que a moção de estratégia global que António Costa levará a votos no congresso não aborda o assunto presidenciais. O argumento será muito parecido com o de Rui Rio: não há candidatos presidenciais afirmados e, por isso, o partido nada tem a dizer, devendo as candidaturas emergir da sociedade civil e não dos partidos.
O líder do PS está inclinado para que não se fale no assunto no congresso em Portimão, o que deverá mesmo acontecer – a não ser que uma outra moção o imponha.
Certo é que todos os sinais apontam que Costa está a preparar-se para enfrentar as próximas presidenciais como enfrentou as últimas, isto é, sem que o PS tenha um candidato próprio e sem que apoie alguém.
Se Marcelo Rebelo de Sousa decidir recandidatar-se, parece certo que o PS vai optar por não ter um candidato oficial. Ainda assim, uma eventual candidatura da ex-eurodeputada Ana Gomes vai fazendo caminho próprio nas sondagens. Aliás, Francisco Assis, ex-líder parlamentar socialista, já a desafiou a avançar: “[Ana Gomes] pode realmente congregar várias esquerdas e não apenas o Partido Socialista.”
A antiga eurodeputada respondeu, colocando-se de fora da corrida: primeiro, porque “António Costa nunca permitiria” a sua candidatura apoiada pelo PS e, segundo, porque a necessidade do combate à corrupção não passa pelas presidenciais. Questionada pelo matutino, Ana Gomes não muda nem acrescenta uma vírgula ao que já declarou.
Já Marcelo Rebelo de Sousa mantém o tabu sobre a sua eventual recandidatura, tendo inclusivamente tornado público que tomará uma decisão o mais tarde possível.