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Desmantelada fábrica ilegal de tabaco. Funcionava num bunker

Uma operação levada a cabo pela Guardia Civil esta terça-feira desmantelou uma fábrica ilegal de tabaco, em Espanha, e deteve a organização clandestina que a geria: vinte pessoas foram detidas, de nacionalidades britânica, lituana e ucraniana.

De acordo com o jornal El País, por cima da fábrica, construída debaixo da terra, havia um estábulo, que servia para iludir os habitantes de Málaga. Porém, por baixo dos animais existia uma área de 200 metros quadrados com produção ininterrupta de tabaco ilegal e onde trabalhavam seis ucranianos que praticamente não viam a luz do dia, um trabalho descrito pela polícia como “quase escravo”.

O bunker não tinha janelas nem ventilação – apenas um gerador que ia reciclando o ar. Os seis homens passavam semanas fechados e trabalhavam em turnos de 12 horas. Dormiam em beliches instalados no mesmo espaço. Ali comiam e satisfaziam as suas necessidades mais básicas.

A fábrica foi construída em apenas alguns meses e com o investimento de “várias centenas de milhares de euros”.

O comandante Carlos Gallego, chefe do Grupo de Crimes Económicos da Unidade Operacional Central (UCO) da Guarda Civil disse ao mesmo jornal espanhol que a escolha do local era “perfeita”.

Não foi fácil encontrar o local de entrada para a fábrica. A polícia demorou 18 horas para conseguir descobrir a porta de entrada. Nenhum dos detidos colaborou com as autoridades, embora o gerador que alimentava o sistema de circulação de ar tivesse deixado de funcionar e a vida dos seis trabalhadores tivesse ficado em risco.

Quando os agentes da polícia finalmente conseguiram entrar no bunker, encontraram seis homens assustados, uma cozinha com sete cadeiras, dois frigoríficos e uma televisão por satélite, um quarto com quatro beliches e uma casa de banho com chuveiro.

Foram apreendidas 17,6 toneladas de tabaco picado e 153 mil maços – mais de três milhões de cigarros – prontos para serem vendidos, além de 144 quilos de marijuana e 20 haxixe.

De acordo com a Europol, a organização já estava a construir outra fábrica para aumentar a produção em território espanhol.

Na fábrica ilegal eram produzidos 3.500 cigarros por hora, meio milhão por semana, com um valor de 1,5 milhão de euros. Por mês, a fábrica rendia seis milhões. A fábrica poderia render 72 milhões de euros por ano.

A marca falsificada era Cartel, de origem búlgara e o destino do produto era França, Alemanha e Reino Unido. Cada pacote era vendido no mercado negro por dois euros – o preço na versão legal é 12 euros.

A investigação não está encerrada. A Europol quer saber quem forneceu as máquinas, o material e os trabalhadores. Os membros da organização detidos são acusados ​​de contrabando de tabaco, organização criminosa, lavagem de dinheiro e roubo de propriedade industrial, entre outros.

ZAP //

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