“Nunca tive um processo como este”. Juiz Carlos Alexandre “surpreendido” com o caso Tancos

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João Relvas / Lusa

O juiz Carlos Alexandre

O juiz Carlos Alexandre assumiu, em pleno tribunal, estar “surpreendido” com os meandros que envolvem ocaso de Tancos. “Nunca tive um processo como este”, terá desabafado em mais uma audiência, notando que o caso “mostra como está a funcionar a máquina do Estado”.

Estes desabafos de Carlos Alexandre foram feitos em pleno tribunal, no âmbito dos interrogatórios da fase de instrução do processo aos coronéis da GNR Amândio Marques e Taciano Correia.

O magistrado confessou a sua “estranheza”, perante arguidos, procuradores e advogados, com alguns dos factos reportados no processo, como apurou a Rádio Renascença junto de fontes judiciais. Já a SIC aponta que o juiz ficou “surpreendido”.

“Nunca tive um processo como este”, terá desabafado Carlos Alexandre, considerando que o caso de Tancos “mostra como está a funcionar a máquina do Estado”, como cita a Renascença.

O juiz considera estranho, nomeadamente, que a “Procuradoria-Geral da República tenha recebido informação sobre uma intenção criminosa“, ou seja, o roubo do material de Tancos que foi comunicado à Procuradora do Porto, e que “não tenha elaborado qualquer documento” sobre o assunto, aponta a mesma Rádio.

Carlos Alexandre também não entende como é que a Polícia Judiciária manteve “contactos com informadores e que disso não haja referência nos autos“.

Nos interrogatórios desta segunda-feira, Taciano Correia, antigo director do Departamento de Investigação Criminal (DIC) da GNR que foi substituído pelo seu adjunto, Amândio Marques, disse em tribunal ter aceite o pedido de colaboração feito pelo ex-director da Polícia Judiciária Militar (PJM), Luís Vieira, para a recuperação do material roubado.

Taciano Correia garantiu que Amândio Marques “estava a par de tudo”, que “sabia da colaboração dos agentes da GNR à operação da PJM para recuperar as armas”. Amândio Marques negou esta versão, assegurando que autorizou a colaboração com a PJM, mas que “não sabia que era o caso de Tancos”.

O debate instrutório do caso de Tancos foi agendado para os dias 2 e 3 de Abril, como apurou a Renascença. Depois disso, Carlos Alexandre decidirá se há ou não há indícios suficientes para levar o caso a julgamento. São 23 os arguidos do processo.

ZAP //

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1 Comment

  1. Este Sr. Juiz diz tudo o que lhe apetece acerca de todos e de tudo para que a imprensa presente na sala de audiências o possa repetir até à exaustão e, com esta atitude, permite que os julgamentos sejam feitos na praça pública.
    Mau exemplo!

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