A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, lançou uma dezena de incentivos para atrair mais empresários e trabalhadores para o interior. Porém, não é preciso ir em em direção à fronteira com Espanha para beneficiar deles.
Em declarações ao semanário Expresso, a ministra deu o seguinte exemplo: uma família lisboeta pode apenas descer pouco mais de 50 quilómetros até Setúbal, apanhar o ferry até Tróia e instalar-se numa das muitas praias da costa alentejana, onde beneficiará de vários subsídios a fundo perdido destinados aos territórios do interior.
O trabalhador pode beneficiar de um apoio inicial até 4.827 euros para incentivar a mobilidade geográfica. Já o empresário pode receber até 82.106 euros por cada posto de trabalho criado em qualquer dos territórios alvo de discriminação positiva pelas políticas públicas.
Os pequenos e médios empresários e as entidades de economia social podem receber, por cada novo posto de trabalho criado, um subsídio a fundo perdido até 1900,60 euros por mês, ao longo de três anos.
Ao fim de três anos, o empresário terá recebido 68.421,45 euros por cada um dos três primeiros postos de trabalho criados, 54.737,16 entre o quarto e o sexto e 41.052,87 a partir do sétimo. O subsídio total pode chegar aos 82.105,74 caso a empresa seja recente, o projeto seja de empreendedorismo social ou o trabalhador contratado tenha algum tipo de incapacidade, venha de uma família monoparental, seja refugiado, sem-abrigo ou vítima de violência doméstica.
“Este interior é um conceito socioeconómico e não geográfico”, explicou a ministra Ana Abrunhosa ao Expresso.
O mapa do interior abrange a esmagadora maioria do território de Portugal continental, ao incluir 165 municípios e 73 freguesias de outros 21 municípios. Porém, só responde por 20% da população, 20% das empresas e 14% do pessoal ao serviço das empresas.
O mapa do interior foi proposto pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e aprovado pelo Governo em 2017. Em meados de 2019, o anterior secretário de Estado da Valorização do Interior, João Catarino, disse que queria “encolher” o mapa para concentrar os apoios públicos nos territórios mais fragilizados do interior. A estratégia era privilegiar um menor número de territórios através de uma política mais agressiva de incentivos comunitários e fiscais.
Por outro lado, agora, Ana Abrunhosa prefere manter o mapa como está, com o litoral sul incluído. “Este é o mapa que continua a ser defendido pela ANMP. Não há alterações previstas a curto prazo porque não faz sentido estar sempre a mudar a base com que se trabalham as políticas territoriais”, disse.
Através do novo programa +CO3SO, o primeiro objetivo é canalizar 312 milhões de euros de fundos comunitários para este interior, incentivando 590 milhões de euros de novos investimentos e a criação de 2.310 novos postos de trabalho diretos.
Já agora O ALgarve tambem está incluído? Ou é so Troia? Do Porto são 550km e de Lisboa 220Km. Lá estamos nós. Troia é interior. O outro não sabia o que era um paiol, esta não sabe o que é o interior!!
E onde se arranja emprego na costa alentejana?
E para os reformados não há nada? Se calhar muitos iam.
Se assim é tal como se relata aqui, estaremos perante uma situação incrível, no entanto melhor será não irem muito na conversa pois a porrada virá de seguida sempre há boa espertice portuguesa.
Todos aqueles que não têm que trabalhar nos grande centros urbanos, ou vivem do estado, serão convidados a irem viver e beneficiar do ar puro (mais ou menos) do interior.
E que tal a ministra ir também para o interior e livrar-nos da sua profunda incompetência. Deixou a CCDRC numa lástima. Uma estrutura que não funciona, que não quer saber das pessoas e das empresas e que anda ao Deus dará. Irá fazer o mesmo no ministério?!