Rio Ave e Sporting não foram além de um empate 1-1, em jogo da 21ª jornada da Liga NOS. A formação da casa começou muito bem, colocou-se na frente da partida muito cedo e foi quase sempre a melhor sobre o relvado do Estádio dos Arcos.
Apesar dos números finais superiores e de ter terminado a partida com mais um elemento – expulsão de Sebastián Coates -, a verdade é que os anfitriões permitiram o empate perto do fim e deixaram escapar a possibilidade de vencerem três vezes os “leões” esta época.
Com este desfecho, o Sporting deixou-se ultrapassar novamente pelo Braga no terceiro lugar, depois de os arsenalistas” terem vencido por 1-0 no Estádio da Luz.
O jogo explicado em números
- Segundo minuto, primeiro golo. Canto do Rio Ave da direita, jogada de insistência, a bola chegou a Al Musrati ao segundo poste e este serviu Lucas Piazon para finalização fácil à boca da baliza, de cabeça. Um remate no jogo, um golo.
- O Sporting não pareceu deixar-se afectar por este facto e assumiu o jogo, chegando ao primeiro quarto-de-hora com mais bola (55%), mas demonstrando uma total incapacidade para construir lances de golo. Nesta fase só os homens da casa tinham remates, três, um deles enquadrado, e haviam ganho 11 de 13 duelos individuais (!).
- Este era o figurino do jogo: Sporting com bola, sem saber muito bem o que fazer com ela, vila-condenses muito pragmáticos e a saberem muito bem como apanhar o “leão” em contra-pé, através de um futebol rápido e objectivo. À meia-hora os homens da casa já registavam seis disparos, três com boa direcção, contra dois do Sporting sem enquadramento. Uma palavra para a boa qualidade de passe das duas formações (92% e 90% de eficácia).
- O autor do golo, Piazon, ia liderando os ratings nesta fase, com 6.9, pelo tento alcançado, mas também pelos 94% de eficácia de passe e pelas seis recuperações de posse. Sebastián Coates, com dois bloqueios de remate, ia disfarçando as debilidades leoninas.
- Aos 37 minutos, Eduardo teve nos pés a melhor ocasião do Sporting, através de um forte pontapé de fora da área que esbarrou no ferro da baliza contrária. Mas foi tudo até as equipas irem para o descanso.
- Primeira parte com vantagem dos homens da casa conseguida logo no arranque da partida, a colocar a nu as fragilidades defensivas do Sporting, sem Mathieu e Marcos Acuña.
- Ainda assim os lisboetas não se deixaram abater e reagiram, mas sem ideias para construir lances de perigo e sem engenho para ganharem duelos individuais, pelo que os homens da casa seguraram o 1-0 com relativa tranquilidade.
- Lucas Piazon era o melhor em campo ao intervalo, com um GoalPoint Rating de 6.9, fruto do golo, mas também de oito recuperações de posse e somente três perdas em 32 acções com bola, algo relevante para um ala.
- Reinício de partida com o Rio Ave a mostrar personalidade e qualidade na forma como trocava e guardava o esférico. Em termos ofensivos, dois remates para cada à passagem da hora de jogo, nenhum com boa direcção.
- O cenário ficou mais negro para o “leão” aos 71 minutos, quando Sebastián Coates, que estava a ser uma das melhores unidades leoninas, viu o segundo amarelo e respectivo vermelho. Tal como na primeira volta (quando fez três grandes penalidades e foi expulso), o uruguaio não foi feliz contra os homens de Vila do Conde.
- Nesta fase o jogo estava morno. As duas equipas juntas não ultrapassavam as cinco acções com bola dentro das grandes áreas e cada uma registava três remates, um enquadrado. Al Musrati, autor da assistência para o golo de Piazon, liderava nesta altura os ratings, com 7.0, ele que se destacava na partida com cinco desarmes.
- Até que, quando já poucos esperavam, ao minutos 83, Borevkovic fez falta sobre Bolasie na grande área e o árbitro assinalou penálti. Jovane Cabral não desperdiçou a ocasião em empatou a partida, ao quarto remate do Sporting no segundo tempo, segundo enquadrado. O “leão”, mesmo com dez, não baixou os braços e reagiu.
- O Rio Ave assumiu as rédeas da partida até final, atacou muito, mas já ao foi a tempo de recuperar a vantagem no marcador, com o Sporting, pragmático, a defender com sucesso o ponto conquistado quando jogava com menos um elemento.
O melhor em campo GoalPoint
O jogo parecia estar na mão do Rio Ave, em vantagem no marcador e em número de jogadores, mas o resultado final acabou num empate. Isto apesar de Diego Lopes muito ter feito para levar a sua equipa para a frente, contribuindo ainda para os necessário equilíbrios defensivos.
O médio foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.5, ele que foi o mais rematador (a par de Piazon), com quatro disparos, registando ainda dois passes para finalização, 90% de eficácia de passe e nove passes progressivos certos. Registou seis recuperações de posse, sendo o jogador que mais faltas sofreu (5).
Jogadores em foco
- Al Musrati 7.4 – O líbio esteve sempre no topo dos ratings, desde o arranque da partida, altura em que fez a assistência para o tento vila-condense. O médio foi o segundo melhor em campo, com três passes para finalização, 88% de eficácia de passe, todos os sete passes longos certos, dois dribles eficazes em três tentativas e ainda oito recuperações de posse e cinco desarmes.
- Lucas Piazón 6.9 – Muito bom jogo do extremo brasileiro, que fez o golo do Rio Ave logo a abrir, de cabeça. Ao longo da partida registou ainda quatro remates, uma ocasião flagrante criada, 90% de eficácia de passe e nove recuperações, apresentando apenas sete perdas de posse em 55 acções com bola. É obra.
- Luís Neto 6.5 – O central foi o melhor jogador leonino. Para além de ter somado o número máximo de acções com bola na partida (112), falhou somente quatro de 92 passes, completou sete de nove entregas longas e somou 12 acções defensivas, entre elas sete alívios e dois bloqueios de remate (ambos importantes, dado o contexto dos lances).
- Matheus Reis 6.3 – O Sporting privilegiou o ataque pelo flanco esquerdo, o oposto do ocupado pelo lateral do Rio Ave, e há razões para isso. Matheus Reis foi sempre muito sólido, tendo registado 11 passes progressivos certos e dez acções defensivas, entre elas quatro desarmes e três bloqueios de cruzamento.
- Eduardo Henrique 5.7 – Na retina ficou o remate portentoso do brasileiro à barra ainda na primeira parte. Tirando isso, destacou-se sobretudo pelo passe seguro, tento completado 40 de 42 entregas.
- Jovane Cabral 5.6 – O extremo, nota-se claramente, quer mostrar serviço e quando entra em campo, fá-lo com grande motivação e convicção. Foi assim que partiu para a grande penalidade que deu o empate ao “leão”. No final apresentou um total de três remates, dois deles enquadrados, em somente 36 minutos em campo, para além do golo.
Resumo
// Goalpoint