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FC Porto 3-2 SL Benfica | “Dragão” relança luta pelo título

No “clássico” do tudo ou nada no que concerne à luta pelo título, o FC Porto não vacilou e venceu o Benfica por 3-2, diminuindo para quatro pontos a distância relativamente ao primeiro lugar da Liga NOS que é ocupado pelos campeões nacionais.

Sérgio Oliveira, Alex Telles e Rúben Dias (autogolo) assinaram os tentos “azuis-e-brancos”. Carlos Vinícius, com um bis, carimbou os golos das “águias”. Tal como na primeira volta (0-2), a equipa de Sérgio Conceição voltou a levar a melhor no braço de ferro com o conjunto de Bruno Lage. Após três épocas consecutivas sem perder no Estádio do Dragão e com 18 triunfos de rajada fora de casa, os detentores do título voltaram a saborear o amargo sabor da derrota.

O jogo explicado em números

  • Antes do arranque do “clássico” número 243 entre os dois conjuntos, destaque para os regressos de Pepe, após prolongada lesão, e de Marega, que não foi opção na visita a Setúbal, do lado “azul-e-branco”. Mbemba e Manafá foram preteridos por Sérgio Conceição. Corona recuou no terreno e voltou a ser aposta na vaga de lateral-direito.
  • No emblema da Luz, Cervi ficou no banco, Chiquinho foi aposta de Bruno Lage. E face à lesão de Gabriel, Weigl – poupado no duelo da Taça de Portugal ante o Famalicão – teve a companhia de Taarbat no “miolo”. No ataque, Carlos Vinícius obrigou Seferovic a iniciar o duelo no banco de suplentes.
  • Aos sete minutos, no primeiro remate da noite, o regressado Pepe, de cabeça, ficou a escassos centímetros de inaugurar o marcador. O cruzamento foi de Uribe. Estava dado o primeiro aviso.
  • Três minutos volvidos, Otávio brilhou no corredor direito, centrou com precisão e Sérgio Oliveira, com um remate acrobático, abriu a contagem no palco do Dragão. Nesta fase, o domínio era dos portistas que, além do golo, tinham mais dois remates contra nenhum do emblema lisboeta, 14 duelos ganhos contra apenas cinco dos rivais da Luz. Equilíbrio apenas na posse de bola.
  • Num início de jogo frenético, chegou o empate decorria o minuto 18. O lance começou sobre o lado direito nos pés de Rafa, Chiquinho cabeceou, Marchesín defendeu de forma incompleta e, na sequência do lance, Carlos Vinícius fugiu à marcação de Pepe e apontou o seu 13º golo na competição. Os três remates benfiquistas foram todos enquadrados ao alvo.
  • Aos 38 minutos, novo golo. Na conversão de uma grande penalidade, que puniu um corte com a mão de Ferro, após um cabeceamento de Soares, Alex Telles não tremeu e voltou a deixar o “dragão” no comando das operações. Foi o oitavo golo do lateral-esquerdo, o sétimo na Liga NOS.
  • Explorando o lado esquerdo do Benfica entre Grimaldo e Ferro, Marega ganhou na profundidade, cruzou com e Rúben Dias, na tentativa de cortar a bola, acabou por marcar na própria baliza, dilatando a vantagem dos anfitriões aos 45 minutos.
  • Intervalo Ao descanso, o FC Porto tinha uma almofada de dois golos de vantagem, mas também mais remates – dez contra apenas três – e 59% de duelos individuais ganhos. Os comandados de Sérgio Conceição demonstraram sangue frio e exploraram as principais debilidades do Benfica, sendo o terceiro golo um exemplo perfeito de como correu a estratégia delineada pelo “timoneiro” dos anfitriões. Do lado contrário, a equipa de Bruno Lage – que abdicou de Cervi, uma importante “muleta” para Grimaldo, e com Pizzi, Chiquinho, Rafa e Carlos Vinícius pouco incisivos sem a bola, deixando Weigl e Taarabt, ambos condicionados com um amarelo desde muito cedo, abandonados -, foi demasiado “macia” e parca em ideias. Nesta fase, Sérgio Oliveira, com um GoalPoint Rating de 6.5 era o melhor elemento em jogo. Fez três remates, tantos como as “águias”, um dos quais resultou do tento inaugural, dez passes certos em 13 tentativas, 26 acções com a bola, êxito total nos dois dribles tentados e três intercepções.
  • Decorriam apenas cinco minutos da etapa final quando houve nova mexida no marcador. A dupla Rafa – na assistência – e Carlos Vinícius – no golo – voltou a funcionar às mil maravilhas. O 3-2 apareceu e tudo ficou de novo por resolver neste “clássico” de fortes emoções. Dos quatros remates “encarnados”, dois resultaram em golo.
  • Aos 66 minutos, Taarabt, na iminência de ser expulso, foi substituído por Seferovic. Pouco depois, Pepe saiu condicionado e entrou Mbemba. Nesta fase, o FC Porto actuava num 4x2x3x1, com Otávio nas costas de Soares e Marega descaído sobre o lado direito. Nas hostes do Benfica, Weigl e Chiquinho eram os médios centro e Seferovic juntava-se a Carlos Vinícius no ataque. 
  • Na recta final, no tudo ou nada, Lage abdicou do lesionado André Almeida e lançou a estreia de Dyego Sousa, passando a equipa visitante a jogar com os três pontas-de-lança que fazem parte do plantel e “partindo” a equipa.
  • No entanto, as “águias” actuavam mais com o coração do que com discernimento, facilitando as acções defensivas dos anfitriões, pelo que o resultado acabaria por não sofrer mais alterações. Um desfecho que relançou a luta pelo título.

O melhor em campo GoalPoint

Do início ao fim, a energia inesgotável de Sérgio Oliveira alimentou a “fúria” portista, num duelo que voltou a deixar a luta pelo título da prova ao rubro. O internacional português foi o melhor em campo com um GoalPoint Rating de 8.2. E os números do camisola 27 não deixam margens para dúvidas: quatro remates, um golo, três passes para finalização, muito critério com a bola – nove passes longos e um passe progressivo certo -, 57 acções com a bola, apenas um drible falhado em três tentativas, quatro recuperações de bola e três desarmes.

Manuel Fernando Araújo / Lusa

Jogadores em foco

  • Alex Telles 7.0 – A cada jogo dos “azuis-e-brancos” é já um clássico a inclusão do lateral-esquerdo entre os melhores. Com expected goals (xG) de 0,8, finalizou a grande penalidade sem tremer, foi canalizando jogo pelo seu corredor com 57 acções com a bola, sete recuperações de posse, dois desarmes e quatro intercepções.
  • Corona 7.0 – Rafa vai ter pesadelos com as diabruras do mexicano. Iniciou o encontro como lateral-esquerdo, mas parecia um extremo tal o número de vezes em que surgiu no ataque. Cruzou muito, por cinco vezes, foi quase perfeito no capítulo do drible – um falhado em nove tentativas – e não perdeu nenhum dos quatro duelos aéreos que protagonizou.
  • Carlos Vinícius 6.4 – Continua com a mira calibrada: três remates, dois golos – xG de 1,1 -, dois passes para finalização, quatro intercepções e seis alívios. Eis os números do melhor jogador do Benfica no embate deste sábado.
  • Vítor Ferreira 5.8 – Esteve apenas 11 minutos no terreno de jogo, mas o suficiente para estar em evidência. Obrigou Vlachodimos a defesa apertada num dos dois remates que fez, teve sete acções com a bola, acertou os dois passes que tentou e teve êxito no drible realizado.
  • Taarabt 3.9 – Não foi a noite do marroquino. Condicionado deste cedo após ter sido amarelado num lance em que se desentendeu com Otávio, não conseguiu ser o pêndulo que o Benfica precisava. Falhou apenas dois passes curtos em 31 tentativas, e um dos três passes longos tentados. Saiu de cena com um passe progressivo certo, um drible eficaz – em três tentativas -, e acabou por ser substituído quando corria o risco de ser expulso a qualquer momento.
  • Ferro 2.5 – Longe do fulgor que já apresentou, o jovem defesa-central tem sido um dos “alvos” que os treinadores adversários do Benfica nas últimas jornadas têm tentado explorar. Sérgio Conceição não foi excepção. No final, 14 passes mal medidos, em 52 tentados (73%), e dos oito passes longos que fez apenas dois levaram a direcção desejada. Perdeu 15 vezes a posse de bola e não conseguiu suster a pressão de Marega, Corona e Otávio, registando um erro resultante em golo.

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