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40 deputados socialistas contra subida do IVA nas touradas “obrigados” a votar a favor

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Quarenta deputados do PS tentaram, sem sucesso, alterar o OE2020 de forma a impedir a subida do IVA nas touradas para 23%. Apesar de contrariados, os socialistas vão votar a favor da medida por causa da disciplina de voto.

Maria da Luz Rosinha, deputada e ex-presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, terra de tradições taurinas, e Pedro do Carmo, eleito por Beja, foram os porta-vozes do descontentamento socialista, numa conferência de imprensa, acompanhados de parlamentares de vários círculos, Açores, Évora, Portalegre, Setúbal, por exemplo.

“A posição assumida deve-se exclusivamente à disciplina de voto”, garantiu a antiga autarca socialista.

Luz Rosinha afirmou que os deputados apresentaram uma proposta de alteração ao texto do OE, Pedro do Carmo explicou que os defensores da tauromaquia não tinham uma maioria dentro da bancada e que a direção do grupo parlamentar não a acolheu, argumentando que “está em causa uma questão fiscal” do orçamento.

O grupo de deputados critica “a imposição de uma ‘cultura de gosto’” e “assumem-se convictamente defensores da cultura portuguesa, em que se inclui a tauromaquia”.

“O que se apresenta como uma medida fiscal é, antes, uma posição de preconceito relativamente a uma vertente da cultura popular portuguesa, particularmente enraizada em muitas comunidades”, lê-se no texto da declaração de voto subscrita por quase 40 deputado socialistas.”Respeitamos a disciplina de voto e por isso votaremos a favor [da subida do IVA] mas não concordamos”, vincaram os socialistas, citados pelo jornal Público.

Até agora, os espetáculos de tauromaquia estão sujeitos à taxa reduzida do IVA.

Na bancada do PS, os deputados têm disciplina de voto quanto ao programa do Governo, Orçamentos do Estado, moções de censura e de confiança e compromissos do programa eleitoral ou ainda por orientação expressa da comissão política nacional do partido.

ZAP // Lusa

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8 Comments

  1. Cultura portuguesa em que se inclui a tauromaquia só enquanto continuar a ser incluída. Também houve e há o jogo de decepar galos semienterrados, matança do porco como espetáculo incluído no restaurante, touros torturados com os cornos a arder, gatos incendiados (não faço a mínima ideia porquê ou para quê), touros de morte na selvagem Barrancos. Também, durante séculos, lindas fogueiras na Praça do Comércio se incluiam na tão intocável cultura portuguesa. Voltemos, então, a esses belos tempos da escravatura que fazia parte da cultura portuguesa. Só argumentos idiotas nos chegam com o vento do sul que passa lá para as bandas do Palácio de São Bento!

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