Chineses podem ser presos se criticarem resposta do Governo ao coronavírus

Wu Hong / EPA

Os cidadãos da China que critiquem a resposta do Governo do Pequim ao coronavírus arriscam penas de prisão, segundo escreve o New York Post.

O portal conta que a aplicação WeChat, um serviço de troca de mensagens chinês, deixou um alerta a todos os seus utilizadores: caso “espalhem boatos” sobre a pneumonia viral que já matou duas centenas de pessoas, podem ficar presos até sete anos.

Qualquer um que tente “perturbar a ordem social“, publicando informações que não são oriundas dos média do Estado podem ser incluídos nesta moldura penal, observava ainda o aviso do WeChat, divulgado no passado dia 25 de janeiro.

Também nesta semana, a VICE noticiou que as autoridades de Pequim estão a reprimir publicações negativas sobre o vírus nos média, bem como comentários nas redes sociais.

A polícia de Tianjin deteve um homem que criticou as autoridades num grupo do WeChat que tinha com os seus amigos. Acabou por ficar preso durante dez dias por “publicar de forma maliciosa um discurso agressivo e ofensivo contra o pessoa médico”.

A 3 de janeiro, noticiou a agência, AFP, oito pessoas de Wuhan, onde começou o surto em meados de dezembro do ano passado, foram presas por alegadamente terem “publicado ou encaminhado informações falsas na Internet sem verificação”.

Um dos detidos era um médico que tinha relatado a existência do novo vírus.

Inicialmente, recorde-se, as autoridades de Wuhan foram acusadas de ignorar e tentar encobrir o vírus, que os especialistas acreditam que teve origem num animal selvagem, ainda desconhecido, que foi infetado por morcegos.

A VICE conta ainda que o Governo chinês ordenou que um artigo sobre as eventuais consequências negativas do surto na economia chinesa fosse retirado da Internet. A peça em causa foi publicada pela revista semanal estatal Sanlian Life Week.