O Governo e a Infraestruturas de Portugal assinam, esta quinta-feira, um protocolo para a conversão de estações ferroviárias desativadas em residências universitárias, no âmbito de um projeto que pretende criar mais de 12 mil camas nos próximos 10 anos.
A iniciativa da empresa responsável pela gestão das infraestruturas ferroviárias e rodoviárias em Portugal pretende aproveitar estações que já não estejam ativas para aumentar a oferta de alojamento, em particular, na zona da Grande Lisboa.
Os ministros das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, vão estar presentes na celebração do protocolo, que se realiza esta quinta-feira na estação de Santa Apolónia, em Lisboa.
A parceria insere-se no Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, apresentado pelo Governo em 2018, que visa reforçar o alojamento para estudantes universitários, aproveitando edifícios do Estado desocupados para a criação de residências.
O secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Sobrinho Teixeira, avançou na quarta-feira que o antigo edifício do Ministério da Educação, na Avenida 5 de outubro, em Lisboa, será o primeiro a entrar em obras no âmbito do plano nacional.
Em fevereiro do ano passado, o Governo anunciou que um quartel, um palácio, um convento, pousadas da juventude, uma escola e até as instalações do Ministério da Educação da Avenida 5 de Outubro em Lisboa iam passar a ser residências universitárias. O objetivo era, na época, duplicar em 10 anos a oferta atual de alojamento estudantil, a rondar as 15 mil camas, incluindo-se numa primeira fase a construção, reabilitação e requalificação de mais de 250 imóveis no país.
Entre vivendas e apartamentos em Bragança, prédios em Mirandela ou Portalegre, da lista de imóveis a integrar no FNRE e, por conseguinte, transformados em alojamentos para estudantes, estão o Quartel da Trafaria, em Almada, a antiga Escola Secundária D. Luís de Castro em Braga, a antiga Casa dos Jesuítas em Coimbra, o ex-palácio da família Guerreiro, em Faro, ou a antiga Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve, também em Faro.
À lista juntam-se ainda as pousadas da juventude da Guarda, Leiria, Portalegre e Vila Real, o antigo edifício do Instituto de Meteorologia, em Lisboa, o convento de Santo Estêvão, em Leiria, e até as cavalariças do Palácio das Laranjeiras, em Lisboa.
ZAP // Lusa
Importante seria reactivar as linhas ferroviárias e as respectivas estações por forma a garantir a circulação de pessoas e bens, e o respectivo desenvolvimento económico e laboral das localidades afectadas pelo encerramento criminoso e duvidoso das linhas ferroviárias.
No entanto, este esquema não deixa de ser curioso, principalmente o uso a que se destina, sendo que os cidadãos devem de imediato exigir à República que investigue o que está por de trás disto.
P.S.: O correcto seria reactivar as linhas ferroviárias e as respectivas estações, e posteriormente construir ou reaproveitar estruturas para residências universitárias (que no fundo ninguém sabe para o quê que servem).