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Meio pombo, meio drone. O PigeonBot mostra como é que os pássaros voam

O PigeonBot procura explorar a morfologia das asas de um pombo e mostrar como é que eles voam. Um melhor entendimento disto pode ter aplicações na aeronáutica.

Há muitos anos que o dom dos animais de voar tem sido replicado pelos humanos. Na mitologia grega, Dédalo e Ícaro construíram asas artificiais a partir da cera do mel de abelhas e penas de pássaros. Verídica ou não, esta história mostra que, desde cedo, os humanos se apaixonam pela ideia de poder voar. Muito mais tarde, os humanos conseguiram mimetizar isto através dos aviões.

Numa tentativa de perceber como é que os pássaros voam, uma equipa de investigadores da Universidade de Stanford criou o PigeonBot, uma réplica da engenharia biológica de um pombo. Ao perceber melhor estas dinâmicas, esta inovação pode ainda levar a avanços na aeronáutica.

Segundo a Inverse, os investigadores aprenderam que o controlo paralelo das 20 penas primárias e 20 secundárias das asas é feito usando movimentos subtis do pulso e do “dedo”. Para imitar uma asa verdadeira, criaram uma espécie de drone com asas biohíbridas, equipadas com 40 penas de pombos reais.

“Desde os irmãos Wright, os engenheiros aeroespaciais tentam criar asas que podem mudar de forma, transformar, assim como os pássaros podem transformar as suas asas. Isso provou ser um desafio de design incrivelmente difícil, com apenas pequenos progressos até até o momento”, começou por dizer David Lentink, engenheiro mecânico na Universidade de Stanford.

“Apresentamos um grande passo em frente com a primeira asa de transformação biohíbrida sob controlo robótico que se pode transformar como um pássaro. O seu design é inspirado nas nossas descobertas básicas de investigação em biomecânica de aves”, acrescentou, em declarações à Eurekalert.

Apenas controlando o pulso e os dedos, os engenheiros conseguiram que o PigeonBot voasse perfeitamente, o que mostra que o mesmo se pode verificar em pombos reais.

Um estudo foi publicado, na semana passada, na revista científica Science Robotics. O objetivo passa agora por perceber como funciona a morfologia de outras aves para além de pombos.

“Quero começar a estudar uma amostra muito maior de todas as 10.000 espécies de pássaros descritas”, disse Lentink. “Também estou a trabalhar num novo robô aéreo biohíbrido com uma asa e uma cauda que se comportam como uma cauda de pássaro. Isto é para aumentar a capacidade de manobra de robôs aéreos e aeronaves e livrarem-se da cauda vertical, algo que os pássaros resolveram há mais de cem milhões de anos atrás. Mas este ainda é um desafio de engenharia”.

ZAP //

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