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Cientistas desvendaram alguns dos segredos do icónico “Ídolo de Pachacamac”

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(dr) Sepúlveda et al, 2020

“Ídolo de Pachacamac”

Investigadores revelaram novos detalhes sobre o Ídolo de Pachacamac, uma estátua icónica da arqueologia antiga peruana.

O Ídolo de Pachacamac é uma estátua de madeira que se acredita representar um dos principais deuses da cultura Inca. Foi descoberta em 1938, no complexo arqueológico com o mesmo nome (Pachacamac), no Peru.

Em declarações à revista Newsweek, Marcela Sepulveda, da Universidade de Tarapacá, no Chile, explica que são vários os “mitos e fontes etno-históricas que falam do poder desta divindade”.

“Um deles indica que foi o Criador da Terra, a divindade do terramoto, entre outros papéis. Foi considerado um oráculo e o imperador Inca chegou a consultá-lo no centro de peregrinação de Pachacamac. Ocupava um lugar semelhante ao deus Viracocha. Ambos são conhecidos como filho do Sol, a principal divindade do império Inca”, acrescenta.

Sepulveda e os colegas pegaram numa amostra de madeira da estátua e analisaram-na. A datação por carbono revelou que foi provavelmente esculpida entre 760 e 876 d.C. e que passou por vários restauros.

A equipa também encontrou vários traços de pigmentos coloridos — vermelho, amarelo e branco —, indicando que a estátua foi pintada. Além disso, também descobriram que o pigmento vermelho era cinábrio, um material que não é encontrado naquela região.

“Os traços vermelhos foram previamente interpretados como sangue. Logo, esperávamos encontrar alguns traços de cores. Mas quando começámos o estudo, ficámos surpreendidos por ver não apenas vermelhos, mas também amarelos e brancos”, conta a investigadora.

“Depois, também fomos surpreendidos pelo uso de cinábrio, pois este tipo de pigmento é escasso e normalmente restrito a usos específicos (rituais, funerários) e a certas categorias sociais (elites ou guerreiros)”, acrescenta.

O estudo, agora publicado na revista científica PLOS ONE, indica que a estátua foi feita pela cultura Wari, que se desenvolveu no que hoje são os Andes peruanos e que floresceu entre 500-1000 d.C. — ainda antes de ter surgido o Império Inca.

ZAP //

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