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Harvey Weinstein apelidado de “predador” no arranque do julgamento

Justin Lane / EPA

A procuradora do Ministério Público acusou Harvey Weinstein de ser um “predador”, enquanto que a advogada de defesa disse que vai fazer um “interrogatório agressivo” às mulheres.

O produtor norte-americano Harvey Weinstein foi, esta segunda-feira, acusado de “predador” no arranque do julgamento por crimes sexuais, em Nova Iorque, e que está a ser seguido por várias mulheres que o denunciaram.

De acordo com a Associated Press, a primeira sessão do julgamento foi breve, para decidir sobretudo questões processuais, mas houve tempo para Joan Illuzzi, do Ministério Público, acusar Harvey Weinstein de ser um predador, enquanto a advogada de defesa, Donna Rotunno, revelou que quer fazer um “interrogatório agressivo” às mulheres que o acusam.

Do lado de fora do tribunal estiveram algumas mulheres que dizem ter sido vítimas de assédio e abuso sexual por Weinstein, entre as quais as atrizes Rosanna Arquette, Sarah Ann Masse, Dominique Huett e Rose McGowan e a jornalista Lauren Sivan. Aos jornalistas, Rose McGowan agradeceu às mulheres que irão testemunhar no julgamento em nome das vítimas.

Harvey Weinstein, de 67 anos, está acusado de cinco crimes ocorridos entre 2006 e 2013, entre os quais agressão sexual e violação em primeiro e terceiro graus, a partir de testemunhos de cerca de uma centena de mulheres, embora o caso assente sobretudo em denúncias de duas vítimas.

Weinstein, detido em maio de 2018, insiste na inocência, alegando que todos os atos foram consentidos. Se for condenado, arrisca uma pena de prisão perpétua.

A seleção do júri deste julgamento começa na terça-feira e, segundo a Associated Press, o procedimento poderá ser demorado, sob o risco de alguns potenciais jurados terem já uma opinião formada, dada a atenção mediática que o caso está a suscitar.

A acusação quer ainda que o júri oiça testemunhos de algumas das dezenas de mulheres que denunciaram publicamente casos de assédio ou abusos por parte daquele produtor, considerado até aqui um dos mais poderosos nomes da indústria cinematográfica dos Estados Unidos.

O julgamento acontece cerca de dois anos depois de o jornal The New York Times e de a revista The New Yorker terem publicado, em outubro de 2017, reportagens a denunciar o escândalo sexual no meio cinematográfico norte-americano. Foi a partir dessas reportagens que se gerou o movimento coletivo espontâneo de denúncia e partilha #MeToo, de denúncia de casos de abuso, agressão e assédio sexual na indústria do entretenimento.

ZAP // Lusa

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