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Jornalistas da RTP acusam Maria Flor Pedroso de violar “deveres deontológicos e de lealdade”

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Miguel A. Lopes / Lusa

A jornalista Maria Flor Pedroso

A redação da RTP acusa a agora ex-diretora de informação de “violação dos deveres deontológicos e de lealdade para com a redação da RTP”.

Os jornalistas da RTP reuniram em plenário, na tarde desta segunda-feira, no mesmo dia em que Maria Flor Pedroso se demitiu do cargo de diretora de informação. De acordo com o comunicado enviado às redações, citado pelo Público, o grupo acusa a agora ex-diretora de “violação dos deveres deontológicos e de lealdade para com a redação da RTP”.

Os jornalistas lamentam ainda a “falta de explicações por parte da diretora-adjunta Cândida Pinto“, que não participou nesta reunião, “a quem é imputada conivência com a diretora de informação no decorrer da investigação do chamado caso ISCEM”.

Na mesma nota, votada por 63 jornalistas, a redação rejeita “qualquer tentativa de ingerência externa nas decisões que [lhes] competem exclusivamente” e reafirmam a “independência e a liberdade como pedras basilares do jornalismo”, manifestando a “unidade da redação da RTP-TV no compromisso de prosseguir” esse caminho.

Maria Flor Pedroso colocou o seu lugar à disposição depois do conflito com a equipa do “Sexta às 9”, apresentado por Sandra Felgueiras. Em causa está o relato feito pela coordenadora do programa em que adiantou que se estava a investigar suspeitas de corrupção, no âmbito do processo de encerramento do Instituto Superior de Comunicação Empresarial (ISCEM), que passava pelo alegado recebimento indevido de “dinheiro vivo”.

Nesse âmbito, Sandra Felgueiras acusou a ex-diretora de informação da RTP de ter transmitido informação privilegiada à visada na reportagem [diretora do ISCEM, Regina Moreira], o que Flor Pedroso “rejeitou liminarmente”.

Na carta enviada ao presidente da RTP, na qual pôs o lugar à disposição, Maria Flor Pedroso referiu que “o projeto profissional a que esta direção se entregou (…) nunca cedeu a motivação outra, que não a da causa de uma informação livre, isenta, plural e independente”.

“Face à reiterada exposição pública de insinuações, mentiras e calúnias, à qual eu e a minha direção somos totalmente alheios, face aos danos reputacionais causados à RTP, considero não haver condições para a prossecução de um trabalho sério, respeitado e construtivo, como tentámos realizar ao longo deste ano de mandato”, sublinhou ainda.

A diretora de informação cessante refere ainda que “a construção de realidades alternativas a partir de meias verdades, da qual se alimenta um certo tipo de jornalismo” no qual não se revê, “é um dos problemas da sociedade atual que precisa de um jornalismo vigoroso e rigoroso, livre e independente, isento e plural para robustecer as sociedades democráticas”.

Em comunicado, a administração liderada por Gonçalo Reis agradeceu à profissional, destacando tratar-se de uma “jornalista de idoneidade e currículo irrepreensível” e apontando “o trabalho desenvolvido de forma dedicada, competente e séria enquanto diretora de informação de televisão da RTP”.

A administração adiantou ainda que “nomeará em breve uma nova direção à qual continuará a exigir a implementação das melhores práticas, para que o jornalismo feito pela RTP seja o mais completo, o mais sério, o mais credível e o mais isento, ao total serviço do público”.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Luta intestina de base PS?
    Sandra Felgueiras à procura de posição?
    Parece-me que a MFPedroso não terá tido o melhor comportamento ao ter (alegadamente) “transmitido informação previlegiada”.
    No entanto, entre informação e desinformação, ficamos sempre na mesma.
    Fará falta o trabalho profissional de MFP na RTP. Passará para a SIC?

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