A despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com medicamentos vendidos nas farmácias e dispensados nos hospitais públicos aumentou de forma significativa em 2018.
De acordo com a edição desta terça-feira do jornal Público, foram mais 178 milhões de euros do que em 2017, num total de 2,461 milhões de euros, que representam já mais de um quarto (26,21%) da despesa global do Serviço Nacional de Saúde e 1,22 % do PIB (Produto Interno Bruto), revela o último relatório com a “Estatística do Medicamento e Produtos de Saúde”, divulgado pelo Infarmed.
Somando o valor do Estado aos gastos dos cidadãos com fármacos, que aumentaram em valor no ano passado (cerca de 11 milhões de euros), a fatura com medicamentos aproximou-se já dos 3,2 mil milhões de euros em Portugal.
Os encargos estatais com comparticipações de medicamentos vendidos nas farmácias e com fármacos disponibilizados nos hospitais têm vindo a crescer nos últimos anos, depois de terem diminuído substancialmente no tempo da intervenção da troika, entre em 2011 e 2014.
No entanto, destaca o diário, nunca tinham aumentado tanto desde 2015. Se remontarmos a 2014, altura em que a fatura com fármacos representava 1,15% do PIB, no ano passado foram gastos mais 331 milhões de euros. A despesa tem crescido sobretudo nos hospitais, em grande parte devido aos medicamentos inovadores.
No Relatório e Contas do SNS de 2018, tornado público em outubro, já havia revelado que o SNS terminou o ano passado com um prejuízo superior a 848 milhões de euros – um agravamento da ordem dos 145% em comparação com 2017.
O “buraco” nas contas do SNS no ano passado ficou a dever-se, sobretudo, ao aumento da despesa com recursos humanos (mais 220 milhões de euros do que em 2017) e à fatura com fornecimentos e serviços externos (mais 230 milhões de euros), informa o Público.