Ricardo Santos Silva, ex-sócio de Miguel Relvas para a compra do Banco Efisa, comprou a MTI – Ferro de Moncorvo SA, empresa criada em janeiro de 2008 para reativar a exploração da mina de ferro de Moncorvo.
De acordo com o jornal Público, que avança a notícia esta segunda-feira, a Aethel Mining Limited, a nova proprietária das minas de Moncorvo, foi criada, em Londres, em março deste ano por Ricardo Santos Silva e Aba Schubert – os sócios que, em conjunto com Miguel Relvas, fundaram a Pivot para comprar o Banco Efisa ao exangue BPN.
A autorização para a mudança de acionistas foi dada num despacho do diretor Geral de Energia e Geologia (DGEG) assinado a 24 de outubro deste ano, “após análise do requerimento e elementos apresentados pela concessionária, nos termos da qual a empresa Aethel Mining Limited assumirá o controlo acionista da MTI – Ferro de Moncorvo, SA”, disse fonte do gabinete do Ministério do Ambiente ao jornal.
Após a mudança de dono, a MTI continuará a ser quem se mantém como concessionária no terreno, a executar o desenvolvimento do projeto, cujo financiamento necessário será garantido “pela parceira Aethel Mining Lda”, garantiu a tutela.
“A alteração de domínio não afeta assim a relação contratual, mormente as obrigações decorrentes do contrato, sendo que a MTI – Ferro de Moncorvo, SA, tem vindo a dar cumprimento às obrigações contratuais”, disse o Ministério do Ambiente.
Questionado sobre os projetos que tem a empresa em Portugal, Santos Silva explicou que “a Aethel Partners é sediada em Londres com atividades em advisory e alternative asset management. O grupo gere cerca de mil milhões de dólares”, afirmou, adiantando que o projecto de Moncorvo irá receber “investimento muito substancial e estruturado, de forma a suportar o projeto de Moncorvo em toda a vida da concessão – 60 anos”.
Ricardo Santos Silva diz ainda que os acionistas da Aethel Mining “têm uma longa história de sucesso em investimento em ativos de mineração em todo o mundo”, e que a empresa “tem uma equipa de engenharia especializada em Portugal preparada para iniciar operações, o que impulsionará a economia local trazendo mais emprego e atividade comercial”.
Estava previsto que a MTI investisse cerca de 114 milhões de euros até 2026, e criasse na região mil postos de trabalho. A concessão ocupa uma área de 4624,5 hectares nas freguesias de Felgar e Souto da Velha, Felgueiras e Maçores, Mós, Carviçais, Larinho, Torre de Moncorvo e Açoreira, todas no concelho de Moncorvo, distrito de Bragança.