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Liderança do PSD. Nenhum candidato quer primárias (nem Rio que lançou o mote)

Fernando Veludo / Lusa

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio

Escreve o Expresso esta sexta-feira que nenhum dos candidatos à liderança do PSD – o atual líder, Rui Rio, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz – está disponível para estudar a hipótese de eleições primárias no partido.

O semanário frisa que nem ao próprio Rui Rio, que lançou o mote para a eventual realização de eleições primárias no PSD, este cenário agrada. A ideia de primárias não têm também força junto do núcleo duro social democrata.

Ouvidas pelo Expresso, fontes próximas às três candidaturas agora oficializaram consideram que este é um “não assunto”, notando, contudo, que as palavras de Rui Rio causaram alguma surpresas junto das candidaturas adversárias.

“Então [Rui Rio] cria obstáculos enormes para os militantes do partido [no pagamento de quotas] e de repente fala em fazer primárias? Não faz sentido”, diz membro da equipa de Luís Montenegro. “É fait divers”, atira um apoiante de Miguel Pinto Luz.

O jornal tentou, sem sucesso, ouvir os adversários de Rui Rio. Ainda assim, as suas posições sobre o tema são conhecidas.

Nunca fui um grande adepto das eleições primárias. Creio que o PSD não precisa de legitimar as suas lideranças por essa via. Não há no panorama político e partidário português essa tradição e a experiência que houve no PS foi um perfeito fracasso”, afirmou Luís Montenegro em abril de 2017.

Posição semelhante mostrou ter Miguel Pinto Luz em abril do mesmo ano. “Sou totalmente contra as primárias. Já fui contra as diretas. São modelos demagógicos e populistas. [Nas primárias do PS] foram gastos 3,5 milhões de euros em campanha. Quem é que pode suportar isto?”, questionou.

Também Rio, que até mostrou alguma “simpatia” pela ideia, acabou por a afastar. “Se a ideia é a de abrir a eleição não só a todos os militantes, mesmo sem quotas pagas, e – digo eu agora – abrir, como o PS fez, inclusive a simpatizantes que se queiram inscrever e votar livremente, se houver soluções legais para isso, até acho que o partido poderia fazer, de longe a longe, essa abertura. Eu é que não estou a ver como é que é possível resolver, mas entendo que era saudável e teria todo o gosto nisso”, afirmou, citado pelo Expresso.

O PSD vai a eleições diretas em janeiro. Rio disse recentemente esperar uma campanha interna com respeito mútuo e sem vigarices, em que no fim “um ganha e dois perdem”.

ZAP //

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