A Comissão Política Nacional do PSD vai reunir-se na próxima quarta-feira, mas o presidente do partido não falará ainda publicamente sobre o seu futuro político e continua “em ponderação”, disse à Lusa fonte oficial social-democrata.
Segundo a mesma fonte, Rui Rio não falará à comunicação social no final da reunião da Comissão Política Nacional – marcada para as 15h na sede nacional do PSD, em Lisboa -, nem está, por enquanto, prevista qualquer declaração de outro dirigente social-democrata.
Dez dias depois das eleições legislativas em que o partido obteve 27,9% dos votos, o líder do PSD reúne na quarta-feira primeiro a Comissão Permanente, núcleo duro da direção, e em seguida, a Comissão Política alargada, encontros em que serão analisados os resultados eleitorais.
O presidente do PSD, Rui Rio, ainda não esclareceu se irá manter-se à frente do partido e recandidatar-se à liderança – pelos estatutos, deverão realizar-se eleições internas em janeiro –, tendo dito na noite eleitoral de 6 de outubro que será uma decisão tomada “com serenidade e ponderação”.
Na passada quarta-feira, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro já anunciou que será candidato à presidência do PSD nas próximas diretas.
Na noite eleitoral, Rui Rio assumiu que o PSD não alcançou o principal objetivo – vencer as eleições – mas defendeu que não se tratou de “uma grande derrota”, explicando o resultado pela conjuntura económica internacional favorável ao Governo, pelo surgimento de novos partidos à direita, mas também pelas sondagens que terão “desmotivado” os eleitores sociais-democratas e pela ação dos críticos internos.
Na sua intervenção, considerou ter enfrentado “uma instabilidade de uma dimensão nunca antes vista na história do PSD e exclusivamente motivada por ambições pessoais”.
Questionado sobre o seu futuro político, Rio disse não se tratar de um tabu: “O Rui Rio pondera, não há tabus só porque não responde ali ao fim de um minuto ou dois. Calma, Calma”, apelou.
Dois dias depois, à saída de uma audiência com Marcelo Rebelo de Sousa Rui Rio reiterou que se mantinha em reflexão.
“Eu sobre isso não vou aqui falar. Independentemente da reflexão que eu faço e do que eu venha a decidir, há um momento também que é justamente este momento, a indigitação do primeiro-ministro, que é um ato solene, digamos assim. Não seria lógico que o PSD estivesse em grandes tumultos antes de isso acontecer Na devida altura falarei sobre a matéria, não aqui”, assegurou.
// Lusa