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Jogo de tronos. No PSD todos o querem, no CDS são mais os que dele fogem

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Assunção Cristas abandona a liderança, enquanto que Rui Rio vai à luta para a manter. O CDS e o PSD reúnem esta semana os órgãos máximos dos partidos.

O CDS e o PSD perderam mais de 400 mil eleitores em relação às legislativas de 2015, e, se recuarmos até 2011, o cenário é ainda mais negro: juntos, democratas-cristãos e sociais-democratas perderam, até agora, mais de um milhão de votos.

Depois de uma noite eleitoral longa e não muito feliz, Rui Rio vai tentar a recandidatura, mesmo quando há muita gente com vontade de derrubar o atual líder. Pelo contrário, Assunção Cristas assumiu a derrota, reconheceu a responsabilidade  e pediu para que a deixassem “descansar”.

Na quarta-feira, terá lugar a reunião da comissão permanente (núcleo duro da direção) e da Comissão Política Nacional do PSD e, até lá, espera-se que Rui  Rio desfaça finalmente o tabu e confirme que é mesmo candidato à liderança do partido.

Com Luís Montenegro na corrida, Miguel Pinto Luz também vai avançar. Aliás, segundo o Expresso, Pinto Luz só espera o sinal do presidente do partido para formalizar a candidatura: o social-democrata até já tem equipa de comunicação e apoios importantes, como Carlos Carreiras ou José Eduardo Martins, mas não tem pressa.

Jorge Moreira da Silva, ex-ministro do Ambiente de Pedro Passos Coelho, nunca escondeu a vontade de se candidatar, mas, numa corrida altamente bipolarizada, sobra-lhe pouco espaço. Paulo Rangel também parece afastado da corrida: era o plano B preferido dos apoiantes de Rio, mas nunca quis verdadeiramente avançar. Com Rio na luta, a questão deixa de o ser.

Miguel Morgado também parece cada vez mais distante da corrida. Certo é que irá apresentar uma moção ao congresso para condicionar o debate sobre o futuro do partido e da direita, mas, como o próprio reconheceu ao Expresso, terá de avaliar se tem “os meios necessários” antes de “apresentar uma candidatura”.

Quanto ao CDS, a pergunta que se impõe é: quem sucede a Cristas? No Largo das Caldas, a lista dos que já se puseram fora da corrida é proporcional à lista dos que querem fazer frente a Rio. Diogo Feio, Pires de Lima, Mota Soares, Telmo Correia, Nuno Melo e Adolfo Mesquita Nunes já disseram que não.

João Almeida, um dos cinco sobreviventes do grupo parlamentar do CDS e ex-secretário de Estado da Administração Interna do Governo de Passos Coelho, é um dos sobreviventes, sendo que o mais longe que foi até ao momento foi dizer que se sentia “obrigado” a ponderar uma candidatura.

O ex-deputado Filipe Lobo d’Ávila, da ala mais conservadora do partido, foi um bocadinho mais audaz e assumiu a abertura para uma possível candidatura à liderança do CDS. Francisco Rodrigues dos Santos, líder da Juventude Popular, está a ponderar intrometer-se nesta guerra, onde quer ter uma palavra a dizer no futuro do partido.

No entanto, até ao momento, candidato oficial só há um: Abel Matos Santos, da ultraminoritária Tendência Esperança e Movimento. Segundo o Expresso, na próxima quinta-feira, o Conselho Nacional do CDS reúne-se e espera-se que até lá todos os cenários sejam mais claros.

ZAP //

2 Comments

  1. Diz bem, e depois aparecem mais um ou dois deficientes políticos/oportunistas e acabamos como a Espanha, Itália, França, Hungria e outros. Os líderes partidários não são treinadores de futebol. Têm de se impor e ganhar confiança.

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