As Forças Armadas norte-americanas têm aviões pilotados e não-pilotados de vigilância a sobrevoar a Nigéria para ajudar nas buscas das mais de 200 estudantes sequestradas por extremistas islâmicos, indicou o Pentágono.
Para esta missão, os Estados Unidos enviaram o drone Global Hawk, que voa a elevada altitude, e o avião pilotado MC-12, um aparelho propulsionado a turbo muito utilizado no Afeganistão, disse um responsável do departamento de Defesa, citado pela agência de notícias francesa, AFP, a coberto do anonimato.
O Pentágono tinha inicialmente rejeitado dizer publicamente se estavam a ser usados ‘drones’, mas admitiram hoje que os aviões não-pilotados estão envolvidos na operação para encontrar as meninas sequestradas.
“Posso confirmar que estamos a utilizar tanto aparelhos pilotados como não-pilotados de ISR (Intelligence, Surveillance and Reconaissance – Informações, Vigilância e Reconhecimento) aéreo na missão para localizar as raparigas raptadas”, disse à imprensa o coronel Steven Warren, sem identificar os modelos dos aviões.
Ambos os tipos de aeronave enviados estão “desarmados” e estão a ser usados estritamente para vigilância, com o objetivo de ajudar a localizar as estudantes desaparecidas, acrescentou.
O Global Hawk, concebido para suceder ao avião de espionagem U2, pode inspecionar uma vasta área, de cerca de 100.000 quilómetros quadrados, num dia com os seus sofisticados radar e sensores.
Contudo, as informações recolhidas pelos aviões de espionagem ainda não estão a ser partilhadas com os nigerianos, estando Washington ainda a trabalhar num acordo para controlar a partilha de informação secreta, indicou Warren.
Os norte-americanos insistem em protocolos precisos sobre como a informação secreta deve ser transmitida a outros países, temendo que informação sensível possa cair nas mãos de um adversário.
O comandante das forças norte-americanas em África, o general David Rodriguez, fez uma visita de dois dias à Nigéria esta semana para discutir como Washington pode ajudar o Governo nesta crise do sequestro, incluindo um acordo sobre partilha de informação secreta.
Os extremistas do grupo Boko Haram sequestraram 276 estudantes da remota cidade de Chibok, no estado de Borno, nordeste da Nigéria, a 14 de abril, e cerca de 223 estão ainda desaparecidas.
Os radicais islâmicos divulgaram na passada segunda-feira um vídeo para mostrar algumas das raparigas, 77 das quais foram já identificadas pelos pais.
/Lusa